Oswaldo Ramos, CEO da companhia, disse que a empresa conversa com parceiros para viabilizar o projeto
A Great Wall (GWM) terá em sua oferta de produtos no Brasil um caminhão movido a hidrogênio. Segundo o presidente Oswaldo Ramos, a companhia está conversando com parceiros para viabilizar o projeto.
“O Brasil tem um potencial enorme para produzir hidrogênio verde através do etanol. Na China se produz a partir da queima do carvão, é um hidrogênio marrom”, disse Ramos durante uma live que a companhia promoveu nesta quinta-feira, 21, via internet.
Para GWM, solução é a melhor para o transporte de carga
O executivo disse, ainda, que a montadora vai trazer os protótipos dos caminhões para serem testados no país, sem revelar quando isso irá acontecer.
“Vamos mostrar que é viável economicamente o uso desses veículos no transporte de carga. Isso porque usando a célula de combustível se libera espaço em tonelagem no caminhão, ao contrário do motor elétrico”, afirmou Ramos.
A montadora já conversa com parceiros para criar uma rede de abastecimento no país, pois, segundo ele, a tecnologia gera energia por meio de sistema que combina hidrogênio e etanol já existe.
“Essa rede tem que ser feita com parceiros, uma vez que demanda investimentos altos”, ressaltou.
No próximo mês, a GWM vai apresentar a sua célula de combustível a hidrogênio no Salão da Mobilidade Elétrica e Cidades Inteligentes, evento que será realizado em outubro, em São Paulo (SP).
Brasil entrou na 4ª Era do setor automotivo
Ramos disse que a companhia está se preparando para a “4ª Era” do setor automotivo no Brasil, a qual virá nos próximos dois a três anos. “As empresas terão dois anos para preparar a infraestrutura e ter carros com eletrificação. A marca que não acompanhar não permanecerá no mercado. Quem não tem investimento previsto ou não tem novas tecnologias, vai perder porque o consumidor quer esse tipo de carro”, afirmou o executivo.
Nestes quatro meses de operação no Brasil, a GWM já pagou o investimento que foi feito para dar início nas vendas. “Estamos operando no azul e já foram emplacados cerca de 5 mil carros no período. Isso porque temos uma estrutura que pensa no cliente, com um pós-venda eficiente e uma rede de concessionárias capaz de atender grande parte do país”, disse Ramos.
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O executivo ressaltou, ainda, que o bom desempenho da GWM no mercado brasileiro se deu em função da baixa concorrência por aqui. Empresas já consolidadas ainda não têm produtos a preços competitivos em seus portfólios, disse Ramos.
“As matrizes destas companhias têm metas de descarbonização nos Estados Unidos e Europa. Com isso, os modelos eletrificados ficam reservados para esses mercados. O Brasil não recebe esses carros. Essas empresas estão produzindo carros similares aos dos anos 2000, sem muita tecnologia”, ressaltou o executivo.
“A GWM está puxando essa nova era no Brasil e as montadoras devem acompanhar a revolução global. Não adianta sonhar que o governo o que vai direcionar o mercado consumidor com mais benefícios e incentivos. É o cliente que dita o mercado e quem quiser operar no Brasil tem que seguir essa nova era”, finalizou.