Montadora aproveitou a visita de Geraldo Alckmin à fábrica de Iracemápolis para sugerir incentivo e pedir manutenção do Imposto de Importação zero
A GWM (Great Wall Motors) sugeriu ao governo federal a implementação de um incentivo às fabricantes de veículos elétricos e híbridos no Brasil. A empresa aproveitouvisita do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin, na fábrica de Iracemápolis (SP) para apresentar uma proposta.
O pedido é que o governo torne nacionais benefícios equivalentes aos do Regime Automotivo do Nordeste, mas com foco apenas nas empresas que fazem carros com a tecnologia eletrificada. O programa nordestino garante às montadoras instaladas na região crédito presumido de IPI relacionado às contribuições de PIS/Cofins das mesmas organizações.
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Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais da GWM, aponta que o subsídio poderia chegar a 11,6% do IPI para as fabricantes de carros eletrificados. “É algo que já vínhamos levando ao governo, mas hoje tive a chance de apresentar diretamente ao vice-presidente”, conta o executivo, destacando que Alckmin pareceu ter recebido bem a ideia.
Se a proposta avançar, ela beneficiaria uma série de fabricantes de veículos, não apenas a GWM, lembra Bastos. Ele enumera a Toyota, que já produz carros híbridos flex no Brasil, a BYD, que negocia a produção local de carros eletrificados, além de empresas como Volkswagen e Stellantis, que já declararam o objetivo de produzir modelos híbridos flex.
Imposto de Importação para elétricos e híbridos
Na pauta da reunião entre GWM e Alckmin, entrou também a discussão sobre Imposto de Importação de veículos elétricos e híbridos. Bastos reforçou a necessidade de manter a alíquota em condição especial – que hoje é zero para modelos puramente elétricos e chega a até 7% no caso dos híbridos.
“Hoje já estamos planejando a estratégia para o ano que vem. Por isso, é muito importante manter o Imposto de Importação como está, pelo menos, até 2024”, aponta.
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Ele concorda que a alíquota precisa voltar em algum momento, mas que hoje os carros eletrificados respondem por porcentual muito pequeno das vendas e seria uma decisão errada fechar esse mercado antes mesmo que ele se estabelecesse no Brasil.
“Mostrei os dados ao vice-presidente. Em março, apenas 3,5% das vendas foram de veículos eletrificados, e essa é uma participação recorde”, diz.
Segundo Bastos, outro aspecto importante é que a maior parte dos modelos com a tecnologia emplacados já é nacional, como o caminhão elétrico feito pela Volkswagen Caminhões e Ônibus ou o Toyota Corolla híbrido flex. Com isso, o executivo entende que é desnecessário restringir a importação.