Primeiro modelo da marca chinesa no país, Haval H6 plug-in tem tração integral e potência de 393 cv para brigar com Jeep Compass
As novas marcas chinesas que chegam ao Brasil já começam com o pé na porta da eletrificação. Agora é a Great Wall Motors (GWM), que inicia oficialmente suas operações no país. O Haval H6, primeiro carro da montadora para cá, só chega em 2023, mas já deixa claro que virá para peitar pesos-pesados do segmento de SUVs médios.
Para início de conversa, o utilitário esportivo híbrido plug-in que terá pré-venda iniciada entre janeiro e fevereiro vem com características bastante impressionantes. Especialmente em relação à autonomia e potência.
SUV híbrido plug-in chama a atenção pela potência
Segundo a GWM, o H6 é capaz de rodar até 170 km apenas com motor elétrico, segundo os testes de homologação dentro das normas brasileiras NBR. As baterias de 34 kWh podem ter até 80% da capacidade em 31 minutos em aparelhos rápidos ou serem completamente carregadas em 5h em aparelhos do tipo Wallbox. Em tomada comum, são 10 horas.
A potência é outro destaque. Combinado, são 393 cv oriundos do motor a gasolina 1.5 turbo e duas unidades elétricas. A transmissão é a DHT-130 que a GWM já havia apresentado este ano, com duas marchas (uma para médias e outra para baixas velocidades) e com seis modos automáticos de funcionamento e a tração é integral.
Concorrência acirrada
Com esses predicados, o Haval H6 que será vendido a partir de 2023 está de olho no segmento que mais atrai as montadoras no momento devido ao seu valor agregado. A GWM deixou claro isso em sua apresentação oficial como marca, ao comparar seu SUV com modelos Jeep, Toyota, Caoa Chery e VW.
As quatro fabricantes foram eleitas como alvo preferenciais e a GWM até fez questão de ilustrar os custos por quilômetro rodado do H6 e de seus pretensos rivais. Nos cálculos da montadora chinesa, o SUV custa R$ 17,40. O valor seria bem inferior aos dos concorrentes: Compass, Taos e Corolla Cross passam dos R$ 30, enquanto o Tiggo 8 Pro fica mais próximo (R$ 18,66).
A marca não revela o preço ainda, mas já deixou claro que a tabela ficará posicionada em linha com a oferta da tríade Volkswagen-Jeep-Toyota para a categoria.
Modelo GWM já chega adequado ao mercado brasileiro
Ao mesmo tempo, a GWM garante que o Haval H6 será importado bastante tropicalizado. A começar pelo design, que estreia frente com grade tridimensional e faróis full-LED já com a nova identidade visual a marca de SUVs do grupo.
Atrás, lanternas interligadas em um jeitão de Audi. A nova logotipia da Haval também está na tampa traseira, enquanto o GWM aparece no canto à direita. Molduras externas em preto brilhante, rodas aro 19” e acabamento escurecido na cabine também são exclusivos do carro que será vendido para cá.
Na parte de mecânica, o H6 também recebeu calibragens específicas para motor, suspensão, entre outros. De acordo com a GWM, o acerto final inclusive será usado nos modelos globais da marca.
SUV híbrido da GWM será flex no futuro
O motor a combustão, porém, ainda é puramente a gasolina. A Great Wall reconhece que a ausência do flex neste primeiro momento realmente se deu devido ao cronograma para lançar o produto agora, mas confirma que o híbrido flex será aplicado assim que começarem as operações da fábrica de Iracemápolis (SP), até o fim de 2024.
“A ideia com o primeiro carro era abrir a rede e a marca. Por uma questão de tempo, optamos pelo motor a gasolina importado. Mas para a produção local estamos desenvolvendo o flex e a gente acredita que o futuro é híbrido e híbrido flex plug-in”, adianta Oswaldo Ramos, CFO da GWM.
Fábrica precisa de carros de volume
A marca chinesa vai começar a operar com 50 pontos de venda até o primeiro semestre de 2023, como já definido recentemente pela GWM. As lojas terão espaços para as três marcas: Haval (SUVs), Poer (picapes) e Tank (fora de estrada de luxo).
Estão previstos 10 lançamentos até 2024, com dois produtos a cada seis meses. Depois do H6, a previsão é que o segundo produto da marca no país seja outro SUV menor. A picape média da Poer para rivalizar com Toyota Hilux e cia, só em 2024. Ela será o primeiro veículo feito pela GWM em Iracemápolis, só que será híbrida flex. Já um jipão da Tank é esperado para entre o fim de 2023 e início de 2024.
“A demanda vai orientar nossos produtos. O que tiiver escala e violume, vai montar no Brasil. Não dá para ter um carro de volume de cara, mas um carro de volume é necessário em Iracemápolis. Todos os importados têm planos para, caso tenha volume, nacionalizar”, adianta Ramos.