Montadora chinesa recebeu autorização para montar 50 mil veículos por ano e já estuda novo modelo para usar capacidade
A montadora chinesa GWM foi homologada como nova fabricante no Mobilidade Verde e Inovação (Mover). É a primeira nova empresaa conseguir esta autorização dentro do programa setorial.
Segundo Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais da GWM, com o aval do governo a companhia poderá dar o start na preparação da fábrica, instalada em Iracemápolis (SP), para o início da produção no país, que deve acontecer no primeiro semestre de 2025.
“Entramos com o pedido de homologação em abril deste ano e só saiu agora. Isso atrasou o nosso cronograma de produção no Brasil”, disse Bastos, durante evento sobre descarbonização promovido pela revista Quatro Rodas. “Fizemos os investimentos que não necessitavam dessa autorização e agora devemos trazer as linhas de montagem da China para preparar a nossa fábrica.”
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A unidade, segundo Bastos, terá a capacidade inicial para 20 mil veículos por ano, mas a GWM está homologada para produzir até 50 mil unidades/ano.
“No primeiro momento devemos montar os veículos em regime de CKD, mas já estamos estudando nacionalizar muitos itens, como pneus, para-brisas, bancos, que são peças grandes e temos bons fornecedores aqui no mercado brasileiro”, afirmou o executivo.
Segundo ele, a companhia mapeou cerca de 200 itens que podem ser nacionalizados, muitos deles eletrônicos, e com isso aumentar os benefícios concedidos à GMW dentro do Mover.
“Em nossa homologação também apresentamos o projeto de montar as baterias aqui no Brasil. Mas isso será em uma segunda fase do projeto”, disse.
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O objetivo, de acordo com a GWM, é alcançar taxa de nacionalização superior a 60%, o que permitirá à montadora iniciar a exportação de veículos para a América do Sul. “Com a fabricação local da bateria conseguimos aumentar o nosso conteúdo local e entrar em países com os quais o Brasil tem acordos”, afirmou Bastos.
O primeiro carro que sairá das linhas de montagem de Iracemápolis será o Haval H6 e, segundo Bastos, a ideia é já introduzir um novo modelo para dar escala à fábrica brasileira. A unidade de Iracemápolis começará com a produção do monobloco, soldagem, tratamento superficial, pintura, montagem final e testes, montagem de chassis, freios, eixos e sistemas elétricos.
“Para chegarmos à capacidade de 50 mil unidades por ano temos que ter um outro carro. Ainda não definimos qual será e informamos ao governo que será da linha Haval”, disse o executivo – a Haval é a linha de SUVs da GWM, que tem modelos como G6 – já importado para o Brasil -, H2 e H4, entre outros.
Custo na ponta do lápis para definir modelos
No futuro, a meta é avançar para a montagem de componentes de maior valor agregado, chegando ao final do ciclo com a possibilidade de montagem das baterias de lítio.
No início do projeto, a GWM havia anunciado que o primeiro modelo a ser produzido no Brasil seria uma picape da linha Poer. Porém, com a crescente venda do Haval H6 e os próprios rumos do Mover, a companhia decidiu começar a operar a fábrica com um modelo de volume.
“O que avaliamos é que o custo tem que ser menor ou igual ao da China. As contas são feitas na ponta do lápis e por isso, neste primeiro momento, o segundo carro deve ser um modelo da mesma plataforma. Mas o Brasil é picapeiro e podemos produzir veículos a combustão também em Iracemápolis”, ressaltou Bastos.
Segundo ele, qualquer modelo totalmente elétrico da marca continuará sendo importado. “Vamos produzir o híbrido e estamos desenvolvendo o híbrido flex. Por enquanto, os carros elétricos serão importados da China.”