Greve nos EUA: montadoras e sindicato discutem fim da escala salarial na produção

Sistema de níveis adotado em 2007 para salvar fabricantes é o tema central dos debates entre fabricantes e trabalhadores

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Sistema de níveis adotado em 2007 para salvar fabricantes é o tema central dos debates entre fabricantes e trabalhadores

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Questões envolvendo níveis salariais diferentes travaram as negociações entre o sindicato e as três montadoras baseadas em Detroit — General Motors, Ford e Stellantis –, que tiveram parte de sua produção nos Estados Unidos paralisada em função de uma greve que já dura seis dias.


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De um lado, representantes dos trabalhadores na discussão exigem que as montadoras eliminem um antigo sistema de nível salarial. Em suma, trabalhadores com menos tempo de casa ganham menos do que aqueles mais antigos, ainda que exerçam a mesma função.

Esse sistema foi acordado entre fabricantes e sindicato em 2007, durante uma grave crise que tomou conta do mercado norte-americano. Criar um esquema de pagamento baseado em níveis, àquela época, viabilizou a operação das montadoras em período de dificuldade.

O cenário começou a representar um desconforto entre os trabalhadores, e então o sindicato passou a negociar a volta do piso salarial por função em conversas posteriores ao acordo firmado em 2007 — sem sucesso.

Até o momento, o sindicato rejeitou as propostas das empresas, que eliminariam essas diferentes taxas salariais, mas não como a entidade setorial gostaria que fosse. Com isso, as conversas e a greve seguem, podendo aumentar ainda mais o tempo das paralisações.

Seguem também as reações na cadeia de fornecedores e em outras unidades das fabricantes. Até a quarta-feira, 20, a GM parou uma fábrica instalada no estado de Kansas. A Stellantis promoveu demissões em Ohio. Houve greve também na ZF, que fornece eixos para a Mercedes-Benz.