Montadora chinesa confirma que transferência oficial da fábrica da Mercedes-Benz para a GWM será em dezembro
Dentro do planejamento que vai definir quais veículos serão vendidos no Brasil, a chinesa Great Wall Motors já decidiu que dentro da sua futura linha de produtos haverá modelos eletrificados logo na sua estreia.
“Teremos híbridos e elétricos já no começo da nossa operação no Brasil”, confirmou Pedro Bentancourt, diretor de relações externas e governamentais da GWM, em entrevista a Automotive Business.
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Embora ainda não possa revelar quais serão os modelos e em que segmento eles atuarão, Bentancourt diz que a oferta de veículos eletrificados será tanto no portfólio de importados quanto entre os veículos que serão produzidos na sua fábrica em Iracemápolis (SP), dentro do investimento anunciado de R$ 4 bilhões.
“A estratégia global da Great Wall está baseada na inovação constante, e no Brasil não será diferente. Portanto, não teremos produtos tropicalizados, que são destinados só ao Brasil. Vamos oferecer aqui o que temos de melhor lá fora. Por isso é natural que tenhamos híbridos e elétricos por aqui”, explica o diretor.
Segundo Bentancourt, o lançamento de modelos da GWM começará no primeiro semestre de 2022, possivelmente no segundo trimestre, apenas com modelos importados. Já os primeiros veículos fabricados localmente chegarão no início de 2023, se tudo correr como o planejado, já que os trâmites burocráticos têm sido até agora o maior desafio para a estreia da marca chinesa no Brasil.
Dentro desse planejamento, a empresa também já programou para uma data entre os dias 13 e 17 de dezembro a cerimônia oficial da transferência da fábrica de Iracemápolis da Mercedes-Benz para Great Wall.
Bentancourt explica que tudo teria sido mais rápido se a Great Wall tivesse comprado uma empresa já estabelecida no País, o que permitiria adiantar bastante o cronograma do início de comercialização e produção dos seus veículos.
“Ao adquirir a fábrica, a Great Wall comprou apenas ativos fixos. Não compramos licenças de funcionamento, sistemas de faturamento, habilitações já existentes. Portanto, temos de começar do zero para conseguir tudo isso. E já enfrentamos muita burocracia, pois às vezes algumas coisas simplesmente não avançam”, diz ele.
Essas dificuldades, porém, não devem causar atraso nos prazos já divulgados, pois eles teriam sido definidos levando em conta certa demora na obtenção das autorizações nos diferentes departamentos e órgãos de governo, de acordo com Bentancourt.
Os primeiros modelos da Great Wall
Entre os carros mais cotados para serem vendidos no País estão os modelos da Haval, marca focada em SUVs que pertence à GWM. O H6 é um forte candidato, já que ele poderia disputar o mercado onde atua o Jeep Compass e Volkswagen Taos.
Considerando a informação de que haveria a oferta de eletrificados no início, o Haval H6 Hybrid é um dos favoritos, já que ele conta com opção tanto híbrida quanto a gasolina. Apresentado neste ano, o híbrido plug-in combina um motor 1.5 turbo com um motor elétrico, que geram uma potência combinada de 243 cavalos e 54 kgfm.
Entre as possibilidades de elétricos, uma opção interessante seria o Punk Cat, da ORA, outra marca que pertence à Great Wall. Ele fez muito sucesso nas redes sociais alguns meses atrás ao ser apontado como o clone chinês do Fusca, o que aumentaria suas chances de agradar ao público brasileiro, que tem uma forte ligação emocional com o velho VW.