Great Wall não vai trazer o carro mais barato, diz diretor comercial

Oferta da montadora na América Latina será composta por modelos elétricos e híbridos, com preços mais elevados

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Oferta da montadora na América Latina será composta por modelos elétricos e híbridos, com preços mais elevados

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A gama de veículos que a Great Wall Motor (GWM) produzirá no Brasil não será das mais baratas, afirmou Oswaldo Ramos, diretor comercial da montadora. Os planos da companhia indicam competição em extratos mais elevados de preço, uma vez que sua linha de veículos será composta por modelos híbridos ou elétricos.


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“Nós não somos a última montadora a entrar no mercado brasileiro, somo a primeira de uma nova era”, disse o executivo durante a cerimônia de inauguração da fábrica de Iracemápolis (SP), na quinta-feira, 27. Nova era, segundo a montadora, será aquela em que o consumidor de veículos zero quilômetro demandará mais tecnologia em termos de cabine e de motorização.

Foi a partir dessa crença que a montadora criou a oferta para veículos na América Latina, mercado que será atendido a partir da operação brasileira da montadora. Serão vendidos aqui veículos de três marcas do grupo: a Haval, de SUVs urbanos; a Tank, especializada em SUVs fora de estrada, e a Poer, de picapes.

Veículos serão apresentados no Salão de Pequim

Os modelos especificamente ainda não foram definidos, segundo Ramos, justificando que eles ainda estão em desenvolvimento. “Não vamos vender aqui modelos que já comercializamos em outros países, os veículos que ofereceremos aqui ainda não existem”, contou o executivo, acrescentando ainda que o line-up definitivo será composto por versões da nova geração dos veículos Great Wall, que têm apresentação prevista para o Salão de Pequim deste ano, em abril.

O que foi adiantado pela montadora é que os modelos híbridos serão construídos sobre a plataforma que tem motor turbo 1.5 litro que gera, por meio de auxílio de propulsão elétrica, de 230 a 430 cavalos de potência.

De acordo com o executivo, dois fatores levaram a empresa a entrar neste momento no mercado brasileiro, algo que já era estudado por ela há mais de 10 anos. Um deles seria uma eventual defasagem tecnológica dos atuais modelos made in Brazil. Sob a ótica da Great Wall, a empresa chegaria para preencher esta lacuna com veículos que, hoje, na China, trazem de série toda uma gama de itens avançados em termos de sistemas e motorização.

O segundo ponto alegado são as características atuais do mercado brasileiro, o maior da região. “Algumas montadoras saíram e deixaram aqui prontas as estruturas para se estabelecer de forma mais rápida, como fábricas e quadros de funcionários treinados”, contou Ramos.

Primeira montadora com oferta 100% eletrificada

Caso os planos da Great Wall se concretizem, ela será a primeira montadora instalada aqui com uma oferta 100% composta por veículos eletrificados. Por enquanto, no país, apenas Toyota produz veículos híbridos, no caso, versões do Corolla sedã e do SUV Corolla Cross.

O planejamento comercial da GWM envolve o estabelecimento de 130 pontos de vendas em 112 cidades no país até o segundo semestre do ano que vem. Os grupos econômicos estão em processo de seleção pela empresa, que espera negociar com cerca de 30 organizações que atuam no ramo da distribuição de veículos.

O primeiro veículo Great Wall será importado e vendido aqui a partir do quarto trimestre. O modelo produzido em Iracemápolis será vendido no país no segundo semestre do ano que vem. Nos próximos três anos, a empresa planeja vender aqui um total de 10 modelos.

A Great Wall encerrou 2021 como sétima colocada em vendas de SUV com o modelos Haval H6. No segmento das picapes, foi a quarta marca mais vendida.