Segundo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, país será um polo produtor do componente
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na quarta-feira, 14, que o Brasil será um polo produtor de baterias para veículos elétricos, e que o governo federal irá incentivar também por meios fiscais a fabricação local do componente.
“O governo irá incentivar, e não apenas pela área fiscal, a produção local de baterias. Mas existem duas fases. A primeira é sobre os incentivos à pesquisa e ao desenvolvimento. A segunda sobre a produção propriamente dita”, comentou Silveira durante evento realizado pela Anfavea em Brasília (DF). O apoio, ainda de acordo com o ministro, está em fase de estudo.
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Uma dessas formas de incentivo à produção de baterias para veículos elétricos no Brasil poderá ser o projeto de lei apelidado “combustível do futuro”, que deverá chegar ao Congresso na semana que vem, segundo o ministro. O projeto visa a regulamentar a integração das políticas de descarbonização no país.
Segundo Silveira, o programa vai dar incentivos fiscais para aumentar os investimentos em energia limpa, garantir segurança jurídica para o setor e determinar metas para o processo de descarbonização brasileiro.
“Na medida em que a descarbonização vai acontecendo, vai acontecer também a desoneração de setores pontuais. Nós temos ali toda uma integração em um único projeto de lei que vai permitir mais clareza para o mundo e mais segurança jurídica para que essa descarbonização aconteça aqui”, afirmou o ministro.
Por ora, a respeito das baterias, poucas são as empresas que possuem linhas no país – como Baterias Moura e a Borgwarner. Por outro lado, a exploração dos minérios essenciais para a sua fabricação já ocorre.
Nesta semana, Stellantis e Volkswagen anunciaram intenção de compra de duas minas, uma em Alagoas e outra na Bahia, para extração de cobre e níquel, respectivamente. Os minerais abastecerão a produção de baterias em outros locais que não o Brasil.
De acordo com Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, ainda não há escala que viabilize um grande parque produtor de baterias para veículos elétricos no país, mas isso é algo que deve acontecer no médio e longo prazos.
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“Diversas montadoras estão investindo em minas e na participação de empresas de extração. Há uma grande procura por esses minerais e uma procura por quem chega primeiro até essas empresas. O mesmo ocorre também na Argentina. Vemos com bastante expectativa o que está para acontecer nos próximos anos”, disse o presidente da associação.
Atualmente há uma onda de fusões e aquisições na mineração, estimulada em parte por investidores que apostam no aumento da demanda por metais necessários para a transição global de energia verde nos próximos anos.