Iochpe Maxion investe R$ 90 milhões de olho em 2022

Empresa preparou linhas instaladas no País para produção de novas rodas de aço para o segmento OEM

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Empresa preparou linhas instaladas no País para produção de novas rodas de aço para o segmento OEM

Imagem de Destaque

A Iochpe Maxion se reestrutura para o mercado em 2022, período para o qual projeta crescimento no segmento de leves e, principalmente, no de veículos comerciais na América do Sul. De acordo com as estimativas da companhia, divulgadas na terça-feira (7) em transmissão online, a produção será maior 17% e 11%, respectivamente, na comparação com os volumes de 2021.

Diante da possibilidade de crescimento a empresa preparou suas linhas este ano, as quais receberam aporte de cerca de R$ 90 milhões aplicado principalmente em automação dos processos e adequação para fabricação de novas rodas de aço e perfis estruturais, frutos de contratos adicionais assinados com montadoras instaladas aqui. O CEO Marcos de Oliveira afirma que o valor é inferior àqueles realizados antes da pandemia.

“O nível de investimento foi similar ao do ano passado, apesar da redução causada pelos baixos volumes vistos ao longo da pandemia. No entanto, ainda há em que se investir na nossa operação, e isso deverá ser visto nos próximos meses conforme o mercado vai demandando”, disse o executivo, que também contou que o aporte realizado no Brasil representa 35% do total investido pela empresa no mundo este ano, R$ 252 milhões.

E, quando se fala sobre o mundo Iochpe Maxion, se fala sobre 32 fábricas em 14 países, considerando tanto as operações da divisão de rodas de aço e de alumínio quanto a divisão estrutural, esta focada basicamente no segmento de veículos comerciais. A ampla presença global passou por ajustes ao longo da pandemia em uma espécie de processo de reestruturação, o qual é visto como leve pelo CEO da companhia.

“Fechamos uma fábrica em Ohio, nos Estados Unidos e transferimos a produção de outra unidade naquele país para Potosí, no México, como uma medida de ajustar capacidade à demanda. No mais a empresa se manteve a mesma tanto em capacidade quanto em quadro de funcionários. Acreditamos que, hoje, estamos alinhados com a demanda global esperada para 2022”, contou Oliveira.

As projeções da empresa mostram um mercado global de veículos leves 10% maior no ano que vem ante 2021. Já no caso do segmento de comerciais, o mercado estimado pela companhia será 1% maior no comparativo 2021-2022. O custo da reestruturação pela qual passou a companhia foi de R$ 170 milhões, os quais já foram despendidos para o fechamento da unidade nos Estados Unidos.

Se no mundo as oportunidades apontadas estão mais concentradas no segmento de leves, no Brasil, por outro lado, a empresa espera mais negócios no ramo dos comerciais, principalmente caminhões. A projeção aponta para 182,5 mil unidades produzidas, um volume que supera até mesmo aquele registrado pela indústria em 2019, antes da pandemia, quando foram produzidas 140,2 mil unidades.

“As demandas do agronegócio seguirão puxando o nosso crescimento, mas não poderemos esquecer que haverá uma chance de crescimento mais rápido no mercado de leves, desde que haja normalização do abastecimento de componentes no segundo semestre do ano que vem”, disse o executivo.

Afora a crise dos chips há uma série de incertezas que podem minar as expectativas da companhia acerca do mercado, como a possibilidade de um PIB menor e o avanço da inflação para patamares mais elevados. O presidente da Iochpe Maxion, no entanto, argumenta que as projeções refletem um cenário conservador, ou seja, que considera a demanda independente dos fatores macroeconômicos.

Por outro lado, foi reconhecido pelo executivo o risco de que as questões macros possam interferir nos negócios. Nesse sentido, algumas medidas foram tomadas nos últimos meses para mitigar possíveis efeitos dos principais indicadores econômicos:

“Nos preparamos para absorver os impactos inflacionários de modo a não repassar tanto a variação no preço final. De qualquer forma, os contratos que fechamos com nossos clientes estabelecem reajustes periódicos, algo que melhora a previsibilidade para quem programa as compras”, disse o executivo. “Esperamos que no ano que vem a inflação volte a um patamar melhor.”

O Brasil segue como principal mercado da companhia na América do Sul, sendo responsável por 30% do faturamento na região, quase toda a fatia se considerarmos que a região representa 32,5% do faturamento, de acordo com o balanço do terceiro trimestre divulgado no mês passado. América do Norte (29,7%), Europa (28,3%) e Ásia (9,4%) fecham o gráfico.

O continente asiático é um dos principais focos globais da companhia, que pretende aumentar a sua participação ali. Tanto que parte do investimento de R$ 252 milhões investidos este ano financiou a construção de uma nova fábrica na Índia, que ainda está em fase de produção ramp-up. Na China, o maior mercado regional em termos de volume de produção de veículos, a ideia é atacar com oferta de rodas de alumínio.

A empresa também apresentou na terça-feira seu planejamento acerca da redução das emissões de carbono em sua operação global. Até 2025 o plano indica redução de 30%. Até 2030, a redução deverá ser de 70%, para chegar aos 100% em 2040.