Parte de reestruturação global, cortes afetam trabalhadores da montadora de origem norte-americana na Alemanha e Reino Unido

A Ford informou nesta terça, 14, que planeja cortar cerca de 3.800 empregos na Europa. O plano, segundo a fabricante norte-americana, faz parte de uma estratégia global de redução de custos na tentativa de melhorar sua competitividade no mercado de carros elétricos.
De acordo com a Reuters, um em cada nove funcionários das áreas de desenvolvimento de produto e administração da Ford serão demitidos. Só no Reino Unido, vale ressaltar, 1.300 pessoas serão desligadas. A maioria delas, diz a agência de notícias, trabalha no centro de pesquisa da montadora em Dunton, na Inglaterra.
Na Alemanha, serão cortados 2.300 empregos em Colônia e Aachen, que representam cerca de 12% da força de trabalho da montadora no país.
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Para Ford, carros elétricos demandam menos funcionários
O chefe europeu de veículos elétricos e head da Ford Alemanha, Martin Sander, afirmou em coletiva de imprensa que serão mantidos 3.400 engenheiros na região para desenvolver a tecnologia básica fornecida pela matriz americana, que será adaptada aos clientes europeus.
“Há muito menos trabalho a ser feito nos sistemas de transmissão que saem dos motores a combustão. Estamos entrando em um mundo com menos plataformas globais, onde menos trabalho de engenharia é necessário. Por isso que temos que fazer os ajustes”, comentou Sander.
Ainda segundo o executivo, o primeiro veículo elétrico da Ford construído sobre plataforma MEB da Volkswagen em Colônia deverá ser lançado este ano. A montadora considera fazer ainda um veículo em arquitetura própria em sua fábrica de Valência, na Espanha.
Ford corta empregos em busca de competitividade
Os cortes feitos pela Ford fazem parte de uma reestruturação global que visa melhorar a competitividade e lucro da montadora, que perdeu US$ 2 bilhões em lucros impactada pela crise de semicondutores e o alto custo de produção dos elétricos.
Na semana passada, o CEO global da Ford, Jim Farley, disse que a empresa usa 25% engenheiros a mais para fazer o mesmo trabalho da concorrência e prometeu cortar US$ 2,5 bilhões em custos, sem descartar demissões. Além das 3.800 pessoas demitidas na Europa, a montadora anunciou redução de bônus de centenas de altos executivos, inclusive de Farley. Em agosto do ano passado, a montadora demitiu 3 mil pessoas, a maioria nos Estados Unidos.