Ex-CEO da Audi admite envolvimento no dieselgate

Rupert Stadler disse que sabia do escândalo de fraude de testes de emissões

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Rupert Stadler disse que sabia do escândalo de fraude de testes de emissões

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O ex-CEO da Audi, Rupert Stadler, admitiu envolvimento no escândalo da fraude de emissões de poluentes que ficou popularmente conhecido como “dieselgate”. A informação foi divulgada em um comunicado divulgado pela corte alemã nesta terça-feira (16).

Stadler estava sendo julgado por fraude desde 2020 devido ao seu envolvimento com o plano fraudulento, algo que negava até então. Em 2015, as marcas Volkswagen e Audi (ambas pertencentes ao Grupo Volkswagen) confessaram ter utilizado um software ilegal para burlar os resultados de emissões de poluentes. 

Sentença sai em junho

Segundo informações da agência de notícias Reuters, o advogado de defesa de Stadler, Ulrike Thole-Grolle, leu uma declaração ao tribunal na qual dizia que seu cliente não sabia que os veículos haviam sido manipulados e nem que milhares de clientes haviam sido enganados.


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Entretanto, o ex-chefão da Audi reconheceu a probabilidade de envolvimento neste cenário. “Eu entendo que, da minha parte, havia uma necessidade de maior cuidado quanto à isso”, leu o advogado de Stadler. Ao ser questionado pelo juiz se as palavras em questão seriam dele, Stadler disse: “Sim”.

No começo do mês, a corte alemã afirmou que Stadler poderia ser condenado à prisão de 18 a 24 meses, além de pagar uma multa de € 1,1 milhão caso confessasse ter ciência da fraude. O veredito final deve ser divulgado em junho.

Relembre o caso

O dieselgate veio á tona em 2015 e teve desdobramentos no mundo inteiro. Ficou famoso por ser um dos maiores escândalos da história da indústria automotiva e estima-se que 11 milhões de carros foram fraudados, inclusive no Brasil.

A Volkswagen desenvolveu um software ilegal que fraudava os resultados de testes de emissões de motores a diesel. A adulteração foi feita na tentativa de driblar testes de emissão de gases poluentes realizados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) nos Estados Unidos. 


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No Brasil, Ibama e Procon multaram a Volkswagen por conta dos resultados acima do permitido dos motores diesel que equipavam a picape média Amarok.

O escândalo que teve a VW e outras marcas do grupo alemão como personagens centrais acabou servindo para que outras fraudes cometidas por fabricantes de várias partes do mundo fossem descobertas.