Comissão Europeia diz que empresas não forneceram informações suficientes para provar que não são beneficiadas pelo governo
A Comissão Europeia alertou três fabricantes de carros chineses que não forneceram informações suficientes para se livrarem de uma eventual acusação de estarem pagando impostos muito menores e subsidiados pelo governo chinês.
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Segundo informações da“Automotive News Europe”, caso as autoridades julguem que não há dados suficientes, BYD, SAIC e Geely poderão ser obrigadas a pagar impostos maiores para vender seus carros.
As empresas podem responder à alegação da Comissão Europeia para fornecer as informações solicitadas.
China acusa europeus de exigirem muitas informações
Procuradas pela “Automotive News Europe”, a Geely se negou a comentar sobre o caso, enquanto a BYD não respondeu ao pedido.
A SAIC, por sua vez, disse que “cooperou integralmente” com as autoridades e forneceu todas as informações solicitadas, inclusive seguindo as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e pela União Europeia.
“Vale destacar que as informações comerciais classificadas como confidenciais – como os processos de fabricação de nossas baterias – não devem ser cobradas”, declarou a fabricante em mensagem enviada à agência pelo WeChat.
A Câmara de Comércio da China afirmou que as supostas alegações de não-cooperação são infundadas e que as empresas participaram de diversas rodadas de questionamentos realizados pela Comissão Europeia e facilitaram o acesso às inspeções presenciais realizadas em suas sedes.
Além disso, os chineses acusaram as autoridades da Europa de exagerarem nas demandas. Entre as cobranças estariam prazos muito apertados para entregas da documentação e solicitação de informações além da capacidade das montadoras.
Câmera de comércio da China classificou investigação como ‘injusta’
A Comissão Europeia, que é responsável pela política de comércio nos 27 países que compõem a União Europeia, abriu uma investigação em outubro para descobrir se as fabricantes de baterias para carros elétricos na China estariam recebendo subsidíos mais generosos e pagando tarifas menores ao governo da China.
Com isso, as montadoras enxugariam custos de produção, o que facilitaria a comercialização de seus produtos a preços significativamente menores do que os carros elétricos fabricados na Europa.
Isso fez com que a Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Maquinários e Produtos Eletrônicos (CCCME) acusasse que a investigação estaria sendo injusta.
A investigação foi iniciada no dia 4 de outubro e pode durar até 13 meses.