Senado americano aprova pacote de leis com foco na proteção climática e transição energética; montadoras criticam exigências de subsídio
O Senado dos Estados Unidos aprovou no domingo, 7, um pacote de US$ 430 bilhões em reformas com foco na proteção do clima e na transição energética. Um dos pontos que mais chamam a atenção no texto é o que prevê o subsídio de US$ 7,5 mil para a compra de carros elétricos montados na América do Norte até 2032.
A chamada nova Lei de Redução da Inflação segue para a Câmara dos Representantes (o que seria nossa câmara dos deputados aqui) e depois para a sanção do presidente americano, Joe Biden, em até duas semanas. O texto foca em questões sobre transição energética e contra mudanças climáticas, com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa dos EUA entre 31% a 44% até 2030.
Incentivo para carros elétricos e painéis solares nos EUA
Para isso, serão destinados US$ 369 bilhões para o financiamento da transição energética e ações de proteção climática. Os cidadãos terão direito ao subsídio de US$ 7,5 mil para a compra de carros elétricos e reembolso de 30% na instalação de painéis solares no telhado de suas residências.
Outra mudança com a nova lei é o fim do teto de 200 mil carros elétricos por fabricante enquadrados no programa de subsídios. Para serem elegíveis ao benefício, no entanto, os veículos devem cumprir requisitos que visam estimular a produção e cadeia nacional: os carros devem ser montados na América do Norte e os principais materiais da bateria devem ser dos EUA ou algum parceiro de livre comércio.
Os subsídios são válidos para a compra de carros elétricos até US$ 55 mil e para caminhões, vans e SUVs zero combustão com preço até US$ 80 mil. São elegíveis para receberem os incentivos famílias com renda até US$ 300 mil.
Para carros elétricos usados o crédito nos EUA é de até US$ 4 mil em modelos com preço de US$ 25 mil ou menos. Os híbridos plug-in devem seguir os mesmos requisitos e ter bateria superior a 7kWh.
Montadoras criticam exigências
A Alliance for Automotive Innovation, grupo que representa a General Motors, Toyota, Volkswagen e outras grandes montadoras, criticou o pacote – que foi aprovado no Senado com placar apertado, de 51 a 50 votos, e desempatado pela vice-presidente americana, Kamala Harris.
O presidente-executivo da Alliance, John Bozzella, afirmou que “Infelizmente, os requisitos de crédito fiscal tornarão a maioria dos veículos elétricos inelegíveis para o incentivo”. Ele aponta ainda que isso vai comprometer a “meta coletiva de 40% a 50% de vendas de veículos elétricos em 2030.”