Tesla sente queda nas vendas de carros elétricos e já mira robotáxis

Marca investe em condução autônoma enquanto revê metas de produção de VEs

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Marca investe em condução autônoma enquanto revê metas de produção de VEs

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A Teslapassa pela maior crise de sua história. O motivo é simples: a queda nas vendas de carros elétricos nos principais mercados do planeta. O cenário desfavorável fez a empresa tomar duas medidas importantes.


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A primeira delas foi reduzir o volume de produção do Model Y na China.

A agência de notícias “Reuters” afirma que a maior fábrica de automóveis da Tesla no mundo diminuiu a meta de unidades fabricadas em 20% no período de março a junho.

Metas não mudam na China

Números divulgados pela Associação das Fabricantes de Automóveis da China (CAAM, na sigla em inglês) indicam que a produção do Model Y fechou em 49.498 unidades em março e em 36.610 veículos, em abril. Estes volumes representaram quedas de 17,7% e 33%, respectivamente, em relação a um ano atrás.

Nos primeiros quatro meses do ano, a Tesla fabricou 287.359 unidades do Model Y e do Model 3 na China, o que configurou redução de 5% em comparação com o mesmo período de 2023.

Apesar dos cortes na produção de carros e das recentes demissões em várias áreas (com direito à extinção da área de carregadores), a fabricante ainda pretende vender de 600 mil a 700 mil veículos na China em 2024. Nada muda também na projeção de vender 2 milhões de carros elétricos no mundo inteiro – ao menos por enquanto.

Tesla desiste de produzir 20 milhões de veículos 

A segunda providência da Tesla diante da queda nas vendas de carros elétricos foi alterar sua projeção de produzir 20 milhões de veículos até 2030.

Essa decisão aumenta as especulações de que a empresa de Elon Musk pretende se afastar gradativamente do segmento de carros elétricos para focar nos robotáxis – os carros autônomos sem motorista feitos para transportar passageiros.

Em 2020, Musk disse que o objetivo era comercializar 20 milhões de unidades até o final da década. Esse volume seria o dobro do volume vendido pela Toyota – atualmente a maior montadora de carros do mundo – no mesmo período. O bilionário reiterou a meta nos balanços divulgados em 2021 e 2022.

Marca deve trocar carros elétricos por robotáxis

Ao mesmo tempo, a Tesla apontou a tecnologia de condução autônoma como sua maior fonte de crescimento. A marca até agendou o lançamento de seu primeiro robotáxi para meados de agosto.

Segundo Musk, os robotáxis e o robô humanóide Optimus serão “incrivelmente importantes” para a Tesla.

Na ocasião, o bilionário não quis responder quando a Tesla lançará veículos de baixo custo, algo que o próprio Elon já havia confirmado em abril. Àquela época, o empresário prometeu que os novos modelos seriam lançados até o final deste ano.

Entretanto, a Tesla já revelou que pretende aproveitar sua gama atual de produtos para ingressar no segmento de veículos de baixo custo, uma mudança estratégica que resultaria em reduções de custo menores e índices de crescimento mais modestos.

Ainda de acordo com a “Reuters”, a Tesla já engavetou projetos de carros elétricos inéditos para concentrar esforços nos robotáxis.

Lucid também vai realizar demissões

A Lucid, conterrânea e rival da Tesla, é outra montadora de carros elétricos a realizar demissões por causa da queda nas vendas. A fabricante afirmou que vai reduzir seu quadro de funcionários em 6%, algo em torno de 400 funcionários.

O CEO da empresa, Peter Rawlinson, informou em e-mail que as dispensas vão abranger diversos níveis da empresa, incluindo cargos de liderança e gerência. No entanto, o executivo disse que os cortes não vão impactar as áreas de manufatura e logística. 

No mundo inteiro a Lucid reúne aproximadamente 6.500 funcionários.