Com meta de dobrar vendas, marca sueca garante rentabilidade e reforça que só EVs fazem sentido na transição energética
A Volvo Cars é pragmática quanto ao processo de transição energética no Brasil. Para a filial da marca sueca, um caminho pela hibridização não faz sentido. Uma das primeiras a ter 100% de seu portfólio eletrificado por aqui, a fabricante deixa claro que seu futuro em nosso mercado será totalmente EV.
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Hoje, a Volvo comercializa três modelos movidos a bateria: C40, XC40 e acaba de abrir a pré-venda do EX30, seu EV “de entrada”. Para 2024, é aguardado o EX90. A gama da marca escandinava é complementada por dois híbridos plug-in, os XC60 e XC90 Recharge.
Pelas palavras dos executivos da Volvo, e dentro das diretrizes globais da própria montadora – que pertence à chinesa Geely -, tais eletrificados estão com os dias contados por aqui. A meta da empresa é só ter EVs até 2030 e esses híbridos podem deixar de ser vendidos no Brasil anos antes do fim da década.
O que vai de encontro com o processo gradual de eletrificação que a Volvo tentou buscar no Brasil.
“A gente começou fazendo o híbrido a gasolina e veio educando o consumidor a esta eletrificação. Só que a vantagem do carro elétrico é tão maior que não faz sentido continuar com híbrido”, afirmou Luis Rezende, CEO da Volvo Cars Brasil, em conversa com a reportagem da Automotive Business durante a apresentação do novo EX30, no Rio de Janeiro.
Nesta confirmação de que está no #teamEV – mesma linha de outras montadoras, como a General Motors -, e não no #teamhybrid – defendido por Stellantis e Volkswagen -, a Volvo também sabe que é uma marca de nicho, e não de volume. E, por isso mesmo, precisa se virar para tentar ter algum poder de influência.
Volvo quer aumentar base de clientes de elétricos
Um desses passos foi dado pelo próprio EX30. O menor crossover e elétrico mais barato da marca entrou em pré-venda com preços a partir de R$ 220 mil. Com isso, a montadora pretende ampliar seu leque de consumidores e aumentar significativamente as vendas no Brasil.
O modelo começa a ser entregue em março de 2024, mas só de EX30 a Volvo quer negociar 9 mil unidades no país. Ou seja, no mínimo vai dobrar o volume de emplacamentos de 2023 só com o novo carro, já que para este ano a fabricante projeta 9 mil licenciamentos no acumulado.
“O EX30 será parte da transformação da indústria automotiva. Queremos ser agente transformador, nunca coadjuvante, nesta história de transformação energética no Brasil e na América Latina”, enaltece Rafael Ugo. diretor de marketing da Volvo Cars para a América Latina.
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Neste conjunto, a empresa busca uma consolidação de sua rede de distribuidores. Com 44 concessionárias, pretende abrir mais quatro lojas até o fim de 2023, em Belém (PA), Santos (SP) e no bairro paulistano da Vila Leopoldina. Outros três pontos estão em processo de nomeação, em Piracicaba (SP), Presidente Prudente (SP) e Palmas (TO).
“Desta forma, aumentaremos a cobertura geográfica, inclusive em estados onde não estávamos. As 51 revendas são condizentes com o mercado e com a demanda do EX30. O movimento é por mais capilaridade e melhor exposição da marca”, explica Chiara Grazzini, diretora de desenvolvimento de rede para a América Latina.
Carros elétricos no caminho do lucro para a Volvo
A estratégia é reforçada por uma operação rentável. Segundo a própria Volvo, a comercialização de carros elétricos no Brasil aponta uma tendência de lucro. Ainda mais reforçada pela chegada do EX30.
“O carro elétrico já é uma realidade em termos financeiros e a equação de negócios vai se se tornar rentável. O aumento das vendas, com a entrada do EX30 e de outros modelos, tornará o crescimento mais estável”, garante Marcelo Godoy, diretor de Finanças da Volvo América Latina.
Paralelamente a isso, a marca também bate na tecla de “educação” do consumidor. A empresa investiu R$ 50 milhões na expansão de sua rede de pontos de recarga de carros elétricos.