Cronograma da fabricante em Camaçari prevê montagem em CKD de híbridos e elétricos a partir de 2025
O Song Pro que acaba de ser lançado no Brasil será o primeiro BYD feito na fábrica de Camaçari (BA), mas ainda não dará para falar que ele terá visto brasileiro permanente. É que as atividades industriais na planta baiana em 2024 devem começar em sistema SKD.
A produção local do Song Pro na unidade foi confirmada pelo vice-presidente sênior da marca, Alexandre Baldy, durante o lançamento do SUV híbrido, em São Paulo (SP). O executivo afirmou que a montagem do modelo estava prevista para dezembro.
VEJA MAIS:– BYD amplia atividades industriais para garantir veículos elétricos
– BYD quer ser uma das cinco maiores montadoras do Brasil em até cinco anos
A reportagem da Automotive Business apurou com fontes que o Song Pro deverá mesmo iniciar os trabalhos no Brasil em sistema SKD, quando o carro vem parcialmente desmontado. O modelo é adotado pela Audi em São José dos Pinhais (PR) e consiste em partes maiores que vêm de fora – geralmente carroceria, plataforma e rodas/pneus – que são “juntadas” na linha de montagem.
Isso porque a BYD ainda corre para preparar a ex-fábrica da Ford. Inclusive, em agosto, a montadora deverá fazer um evento para mostrar o andamento das obras. Ao mesmo tempo, a empresa tem o desenvolvimento de todo o maquinário pela frente.
Carros elétricos da BYD serão montados em Camaçari
Mesmo assim, o cronograma ainda não oficial da empresa prevê uma montagem em CKD – diferentes módulos do veículo que são montados na unidade – já a partir de 2025. O que incluiria, além do Song Pro, o sedã King e os elétricos Dolphin Mini e Dolphin, além da picape híbrida Shark.
Uma produção com conteúdo nacional entre 40% e 50% deve ficar para 2026.
Perguntado sobre obras, maquinário e cronograma, Alexandre Baldy afirmou que a empresa vai detalhar em breve tais questões.
“Vamos mostrar o andamento das obras e o detalhamento de como será esse início de processo de montagem, de produção completa, para sermos o mais transparente possível e mostrar que é um investimento muito grande”, afirmou.
O executivo fez questão de frisar os aportes da BYD na unidade instalada na Bahia. “A BYD comprou essa planta industrial, que estava desativada, por quase 300 bilhões de reais e investe todos os meses centenas de milhões para que a gente possa ter uma fábrica produzindo carros aqui no Brasil”.
BYD quer ser top 3 com política de preços continuará agressiva
Já sobre uma possível redução de preços pelo fato de os carros serem montados por aqui, Baldy não entrou em detalhes. Mas deixou a entender que a marca seguirá com a forte política de custo/benefício.
“Quando se fala de carros elétricos e carros híbridos, os nossos são os mais acessíveis no país. O nosso objetivo é que mantenhamos essa competitividade para que continuemos dando acessibilidade ao consumidor brasileiro”, garantiu.
A produção nacional também é estratégica para as metas ambiciosas da BYD no país. Hoje a 10ª marca em participação de mercado no Brasil, a empresa quer estar no “top 3” do setor até 2028.
“Certamente, com a fábrica no Brasil, nosso objetivo, desde 2023, é em cinco anos estar entre os três primeiros na indústria automobilística. Esse é o objetivo e a meta que nós perseguiremos”, avisou o VP sênior da BYD.