Fiat quer fazer da Abarth uma marca com valor agregado

Fabricante volta a ter versão preparada pela divisão esportiva no país, mas promete trabalhar melhor o emblema do escorpião

Fernando Miragaya

Fernando Miragaya

Fabricante volta a ter versão preparada pela divisão esportiva no país, mas promete trabalhar melhor o emblema do escorpião

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O escorpião retorna ao Brasil com tratamento melhor. O icônico símbolo da Abarth volta a envenenar um carro da Fiat por aqui, mas será trabalhado de forma mais dedicada. Pelo menos é o que promete a marca italiana com o Pulse Abarth, que acaba de ser lançado

O SUV preparado chega de forma diferente das duas aparições anteriores da divisão do escorpião em terras brasileiras. Nos anos 2000, o Stilo, então o modelo mais caro da marca produzido por aqui, ganhou sua versão Abarth. Em 2015, foi a vez do 500 ter sua opção esportiva importada para o Brasil.

Abarth: muito além de uma versão da Fiat

Em nenhuma das duas ocasiões a Abarth foi tratada como uma marca, mas sim como versões. Agora, a estratégia mudou. O Pulse esportivo não tem o nome Fiat em nenhuma parte da carroceria. A única referência à montadora na carroceria é o flag tricolor em alusão às cores da bandeira da Itália, “assinatura” da fabricante.

Obviamente, não haverá concessionárias dedicadas à Abarth. Até porque o volume almejado pela Fiat, de 350 a 400 unidades do Pulse esportivo neste primeiro momento, não justificaria tal movimento.

Mas o trato diferente já se dará no posicionamento e no ponto de venda. A divisão esportiva terá, até o fim do ano, 60 concessionárias Fiat (das cerca de 520 totais no país) com os chamados Abarth Corners. Além do símbolo do escorpião na fachada externa, haverá um espaço interno dedicado que abrigará dois modelos em exposição e a linha de acessórios e vestuário do braço esportivo.

“Estamos trazendo a marca Abarth como mais uma marca do nosso portfólio. Isso quer dizer que não teremos apenas mais um produto, mas uma linha de produtos”, diz Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul.

“Teremos um maior cuidado com a marca Abarth. No passado, tivemos modelos que simplesmente entraram nos showrooms da Fiat, sem grandes movimentos ou mudanças. Os clientes terão uma experiência diferente”, promete Herlander Zola, vice-presidente da Fiat América do Sul.

De olho nos órfãos de esportivos

As revendas nomeadas para receberem o corner Abarth foram selecionadas conforme o volume de vendas de modelos esportivos na região onde estão instaladas. Pesaram também os estudos internos de satisfação dos cliente em relação às lojas.

Com isso, a Fiat mira em dois perfis principais de clientes. Os entusiastas de performance e desempenho e o consumidor que faz track days no fim de semana. Hoje, esses públicos-alvo praticamente só têm as marcas de luxo para recorrer.

Pelo competitivo preço de R$ 149.990 e com o acerto esportivo devido – conforme a reportagem conferiu em um primeiro contato com o SUV-, o Pulse Abarth também abre uma nova frente para a mudança de posicionamento que a Fiat almeja no Brasil. A marca italiana quer manter a liderança de participação de mercado sem depender tanto de carros pequenos e de menor valor agregado.

Fiat 500 elétrico terá versão Abarth no Brasil

Por esta razão, já está no radar o lançamento de dois novos modelos para o portfólio da Abarth aqui. Um deles pode ser o o Argo ou o Cronos preparado pela divisão esportiva justamente para ficar abaixo do Pulse envenenado e colar imagem de esportividade para incrementar as vendas de um ou do outro compacto. 

O terceiro modelo será importado e já está quase certo: o novo 500e. O pequeno carrinho elétrico, que já é vendido no Brasil em versão civil, vai estrear uma variante Abarth ainda neste mês de novembro, na Europa. Deve chegar por aqui em meados de 2023.

“Vislumbramos novos modelos Abarth, produtos desenvolvidos aqui ou importados da Europa para ampliar o line-up. Nós acreditamos que o impulso que a Abarth pode dar para esse movimento que a Fiat está fazendo é importantíssimo. As marcas utilizam suas preparadores para agregar valor. E isso vai elevar a percepção de valor da Abarth e da Fiat”, aposta Zola.