Segundo Alexandre Baldy, chairman da montadora no país, planos seguem os mesmos; executivo, porém, se esquivou ao falar sobre futuros repasses aos consumidores
A recomposição do imposto de importação para carros elétricos e híbridos não irá alterar a estratégia da BYD no Brasil. Ou seja, ao menos por ora, a tarifa não causará impacto algum nos preços de seus modelos. Pelo menos é o que garante o chairman da montadora de origem chinesa no Brasil, Alexandre Baldy.
“Esse retorno dos impostos não afeta e não prejudica absolutamente em nada os planos da BYD. No entanto, prejudica e afeta o consumidor brasileiro, que terá menos opções por preços menos acessíveis à sua disposição”, disse o executivo durante o lançamento do sedã híbrido plug-in King na terça-feira, 18, na capital paulista.
A aparente tranquilidade da BYD se dá por um motivo singular. A montadora trabalha, numa espécie de força-tarefa, para trazer a maior quantidade de veículos possíveis antes que o imposto de importação passe de 18% a 25% – o que ocorrerá a partir do mês de julho.
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“A BYD vem deslocando da China para o Brasil quase 20 navios de grande capacidade no segundo trimestre de 2024. Isso justamente para poder buscar essa competitividade, para antecipar um volume de caixa surpreendente, colocando no país uma quantidade bastante expressiva [de veículos] para que possamos atender comercialmente os próximos meses a nossa equipe de vendas”, comentou Baldy.
O plano da fabricante, inclusive, era de trazer 100 mil carros até julho (quando a alíquota de importação será recomposta). No entanto, segundo fontes ligadas à BYD, o montante deve ficar na casa de 80 mil unidades. O que não é, segundo interlocutores, de todo ruim. Até o fim do ano, a expectativa é de que 120 mil veículos cheguem ao país.
Imposto de importação: BYD desconversa sobre futuro repasse aos consumidores
Se a BYD criou “corpo” a fim de mitigar a recomposição das alíquotas em 2024, limitando-se a dizer que apenas flutuações cambiais poderão alterar preços de seus veículos, para 2025 ainda não temos tantas informações. Isso porque Alexandre Baldy se esquivou ao falar sobre futuros repasses aos consumidores. O executivo preferiu se ater aos pormenores referentes ao complexo de Camaçari (BA), garantindo, inclusive, que os planos de início de produção seguem inalterados.
“Nosso objetivo é que comece a linha de montagem no fim deste ano e etapa de produção plena no primeiro semestre de 2025. Nós estamos construindo uma fábrica na Bahia que era um símbolo do abandono e da desativação industrial brasileira”, comentou o chairman da companhia.
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“Além de ser a primeira [empresa] que certamente produzirá carros elétricos em solo brasileiro, precisamos dar aos nossos concessionários condições de trabalho para que eles consigam distribuir os nossos carros. Por conseguinte, poderemos apresentar os nossos modelos e esperamos que o volume, hoje importado, seja substituído por unidades fabricadas no Brasil”, completou.