Oferta da companhia no segmento de aftermarket envolve mais de 10 mil componentes, metade deles importados
A Dana projetou crescimento de 25% das suas vendas no segmento de reposição na América do Sul em 2023. O que revela um bom momento do mercado regional que, inclusive, proporcionou à empresa a conquista de novos contratos de fornecimento de parte e peças para os próximos anos.
O leitor acostumado a acompanhar as notícias da empresa no segmento de peças originais leu direito: a Dana também está no mercado de reposição. Na verdade, voltou ao segmento depois de ter ficado alguns anos apenas no mercado de componentes originais para montadoras.
LEIA MAIS SOBRE AUTOMEC:– Autopeças se reúnem em torno do etanol e da localização de componentes– Frasle Mobility vive novo momento e pretende ampliar receita em até 20%
Um breve retrospecto: a Dana ficou de fora do aftermarket entre 2004 e 2016, depois de uma série de episódios envolvendo fundos de pensão nos Estados Unidos, onde fica a matriz da companhia. Os acontecimentos afetaram a saúde financeira de uma série de companhias sediadas no país norte-americano.
Com poder de investimento mais restrito, a empresa decidiu concentrar os seus recursos nos negócios com maior faturamento, no caso, o OEM. Com isso, saiu do segmento de reposição, que representava menor parcela nas receitas da companhia.
“São business diferentes. Reposição é capital de giro puro. Tem estoque, distribuição, viagens, muita despesa. O OEM é mais capex, ou seja, funciona a partir de investimento em pesquisa, desenvolvimento de produto. Envolve contratos mais longos”, disse Marcelo Rosa, diretor de aftermarket da Dana na América do Sul.
Na volta ao mercado, receitas cresceram 78%
A partir de 2017, a empresa retomou as atividades no segmento de reposição no mundo depois de considerar que o momento no mercado global era favorável à retomada dos negócios, tendência que só cresceu desde então. Segundo dados da companhia, de 2019 a 2022, as receitas da Dana na reposição aumentaram 78%.
O cenário levou a companhia a executar um planejamento de integração das operações globais na reposição. Na prática, as diversas unidades Dana espalhadas no mundo funcionam em conjunto para atender às demandas por reposição no segmento de leves, pesados e de veículos fora de estrada.
VEJA MAIS:
– Dana vai fornecer motores para a Lion Electric
– Dana completa 73 anos de operações no Brasil
“Se temos uma demanda aqui no Brasil por eixos cardan, por exemplo, o conjunto pode envolver partes produzidas pela empresa em diversas localidades. Não são apenas as fábricas brasileiras que auxiliam na construção do produto para o cliente”, contou o executivo na quarta-feira, 26, na Automec.
Localização de mais componentes está no horizonte
Uma vez consolidada esta operação conjunta, a empresa acredita que seja possível aumentar em quatro vezes o seu faturamento atual nos próximos cinco anos. A empresa não revelou os valores envolvidos em termos de receitas, mas o mercado no qual atua na América do Sul é de cerca de US$ 800 milhões.
A oferta regional da companhia na reposição é formada, segundo o diretor, por 10 mil part componentes. Por volta da metade deste volume é de itens importados, mas a empresa acredita que seja possível aumentar o número de peças produzidas no Brasil neste portfólio.
“Temos capacidade produtiva local para isso, e um outro fator favorece a localização. Durante a pandemia, muitas empresas passaram a refletir sobre levar a produção de componentes para perto do mercado consumidor”, contou Rosa.
Os negócios na reposição representam atualmente 7% da receita total da companhia na América do Sul. Mantém operações na Argentina, Brasil, Colômbia e Equador, com um quadro total formado por 6 mil funcionários.