Executivos de marcas que atuam no setor divergem sobre soluções enquanto preocupam-se com novos impostos
Embora todos caminhem no mesmo sentido, as opiniões e visões diferentes deram o tom no painel “Positivo e operante: como será o mercado de carros elétricos à brasileira” no #ABX23 – Automotive Business Experience, principal evento do ecossistema automotivo e da mobilidade, que aconteceu em 20 de setembro, em São Paulo.
Henrique Antunes, diretor de vendas da BYD, destacou que a rejeição aos produtos chinesas pelo mercado brasileiro já está superada e que a questão cultural e a falta de hábito é o principal fator para as vendas não avançarem.
Em contraponto, Sergio Habib, presidente da JAC Motors, trouxe um cenário mais pessimista. “Dificilmente teremos vendas de carros elétricos ultrapassando 1% do volume total”, prevê o empresário, que atribui o fato do Brasil ser um país continental, exportador de petróleo, com baixo poder aquisitivo dos brasileiros e sem incentivos do Governo para os elétricos não decolarem.
Mas muitas outras questões têm permeado as discussões sobre os veículos elétricos no Brasil, como uma nova taxação que está em estudos pelo Governo.
“A taxação é o problema principal que temos que enfrentar”, afirma José Augusto Brandimarti, chefe de operações da Seres Brasil. “Vai trazer um atraso tecnológico muito grande para o país”.
Segundo Habib, a preocupação do Governo é desnecessária. “Não teremos fábricas de baterias sendo instaladas aqui para atender a demanda”, referindo-se ao imposto como solução para desenvolvimento local de produtos, ao invés da importação.
Para o empresário, a solução de eletrificação está nos veículos comerciais. “É uma realidade para as cidades. Em poucos anos teremos a frota de caminhões pequenos, ônibus e serviços municipais rodando 100% elétricos”, prevê.
Antunes crê que há espaço no mercado para o crescimento dos modelos elétricos, especialmente diversificando a gama e oferecendo opções para o consumidor. “Quando temos um produto elétrico com os mesmos preços daqueles à combustão, os consumidores migram. E, com isso, acreditamos que o market share vá subir.”
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