Estudo da Agência Internacional de Energia (AIE) diz que meta pode ser alcançada com a manutenção das políticas atuais
A frota de carros elétricos no mundo pode ser 10 vezes maior já em 2030. A estimativa é da Agência Internacional de Energia (AIE), em seu relatório anual World Energy Outlook.
Para a entidade, se os países mantiveram os projetos de descarbonização, essa meta poderá sim ser alcançada. Além disso, o uso de energia renovável deve representar 50% do consumo global também em 2030.
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No entanto, o sucesso ou fracasso desta meta dependerá principalmente da vontade dos governos em reduzir as emissões. E também da disposição dos cidadãos em tornarem as casas e os carros mais sustentáveis do que hoje.
Esses objetivos, segundo a AIE, dependem dos projetos de descarbonização de cada governo. “Mas, mesmo assim, é muito provável que isso não seja suficiente para cumprir ou superar a ambiciosa meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, estabelecida pelo Acordo de Paris”, diz o relatório.
Demanda por combustível fóssil ainda é alta
Uma das razões para os países alcançarem a meta do Acordo de Paris pode ser a necessidade crescente por combustíveis fósseis nos próximos anos. De acordo com a AIE, a demanda por combustíveis tradicionais deve permanecer muito alta nos próximos anos – também devido à nova guerra no Oriente Médio, que corre o risco de perturbar o equilíbrio mundial.
“Se a procura por estes combustíveis fósseis permanecer num nível elevado, como tem sido o caso do carvão nos últimos anos, e como é o caso das projeções para o petróleo e o gás, está longe de ser suficiente para alcançar os objetivos climáticos globais”, diz o relatório.
Segundo o relatório, a exportação de petróleo bruto do Oriente Médio para a Ásia deve aumentar de cerca de 40% do total atual, para 50% em 2050. O continente asiático também é o destino final de quase todo o fornecimento adicional de GNL – gás natural liquefeito – da região.
“A situação tensa no Oriente Médio lembra-nos os perigos nos mercados petrolíferos, um ano depois de a Rússia ter cortado o fornecimento de gás para a Europa. A vigilância sobre a segurança do petróleo e do gás continua a ser essencial durante as transições para energias limpas, e as nossas projeções destacam como a balança comercial e as potenciais vulnerabilidades mudam ao longo do tempo”, informou o relatório.