De olho em software e etanol, Bosch investe R$ 940 milhões na América Latina

Fabricante aportará recurso no desenvolvimento de novos produtos e expansão regional

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Fabricante aportará recurso no desenvolvimento de novos produtos e expansão regional

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A Bosch investirá R$ 940 milhões em sua operação na América Latina em 2023. A quantia supera em 16% o aporte realizado pela empresa na região no ano passado.

De acordo com o CEO Gastón Diaz Perez, os recursos serão aplicados no desenvolvimento e produção de novos componentes para motores a combustão, digitlização e expansão regional.

O investimento também custeará a produção e a pesquisa em outras unidades de negócio da Bosch afora o automotivo, como mineração, agro e ferramentas elétricas.


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No que diz respeito ao automotivo, a empresa mira novos negócios envolvendo veículos híbridos flex e, principalmente, software veicular.

“Queremos que o Brasil entre em um jogo que não está”, disse Perez na quinta-feira, 18, se referindo ao desenvolvimento global de sistemas para veículos que já tem como expoentes países como Índia e Vietnã.

O executivo calcula que a partir de 2030 a área de software aumentará sua importância nas operações da cadeia automotiva, considerando que os novos modelos sairão de fábrica equipados com mais sistemas.

A tendência é que as novas arquiteturas veiculares concentrem em apenas uma central eletrônica todos os sistemas que compõem um veículo — do infotainment até aqueles que gerenciam unidades do powertrain.

As possibilidades que a nova estrutura eletrônica proporciona em termos de novas formas de oferta de serviço levam a Bosch a investir hoje em algo que considera crítico, que é a formação profissional em software.

Tanto que em sua fábrica instalada em Campinas (SP) a empresa mantém diversas iniciativas voltadas para a capacitação de jovens na área em parceria com o Senai regional.

Para se ter uma ideia de como o tema é estratégico no contexto global da empresa, 44 mil dos 85 mil funcionários que formam o seu quadro global atuam como desenvolvedores de software.

No Brasil, a empresa conta com quadro total formado por 11,5 mil funcionários. Desses, 1,1 mil são profissionais da área de sistemas, mostrando que ainda há muito espaço para crescer.

Enquanto o futuro não chega, a empresa desfruta de momento positivo na região com os seus negócios mais consolidados. O faturamento na América Latina cresceu 11,5% em 2022, chegando a R$ 10,3 bilhões.

Cerca de 60% desse valor corresponde aos negócios envolvendo o setor automotivo. Existe uma meta que versa sobre dobrar o faturamento da companhia na região até 2030.


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Para se chegar lá, conta o CEO da Bosch, novos produtos na oferta são fundamentais, além dos pilares de crescimento já citados no início desta reportagem.

Para citar um exemplo, a empresa está buscando oferecer no Brasil assistente de direção por câmera, sistema de gerenciamento de motores híbridos e plataforma de indicação de emissões de CO2.

Esta última já em fase madura de testes no país. A ideia é que frotistas corporativos, motivados pela agenda ESG, tenham controle das emissões de seus veículos.

O sistema que está em desenvolvimento mostra em uma tela quanto que cada veículo conecatdo ao sistema está emitindo CO2 na atmosfera. A atividade é útil, por exemplo, para comprovação de políticas de descarbonização.