Segundo Becomex, estado de São Paulo tem liberado os recursos mais rapidamente para a cadeia automotiva
Um entrave antigo que limita a competitividade das empresas do setor automotivo é a dificuldade que elas têm para acessar os créditos do ICMS, imposto estadual que incide sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. De acordo com a legislação brasileira, este crédito tributário deveria voltar para montadoras e fornecedores. Segundo Paulo Paiva, vice-presidente da Becomex, pelo menos em São Paulo a situação melhorou nos últimos dois anos.
“O estado avançou muito em termos de viabilizar, por meio de regimes especiais, o acesso ao crédito tributário ao qual as empresas têm direito. Este movimento do governo, inclusive, está atraindo empresas para a região. Movimento que, antes, era justamente o contrário”, disse o executivo.
Pelos cálculos da Becomex, empresa que presta consultoria fiscal para companhias de diversos setores, existem R$ 40 bilhões de créditos acumulados no setor automotivo no Brasil, sendo R$ 25 bilhões de tributos federais e R$ 15 bilhões do ICMS – principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Paiva explicou que o estado vem liberando aos poucos os créditos às empresas que registram pedidos na secretaria da Fazenda. Uma vez com os créditos em mãos, montadoras e fornecedores, por exemplo, os dissolvem em seus pacotes tributários como se fosse um desconto, promovendo uma redução da carga que incide sobre suas operações.
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“Com esse cenário, já vemos empresas fazendo as contas se compensa, por exemplo, trazer de volta para São Paulo alguma operação que acabou indo para outro estado por questões tributárias mais atrativas. Pagando uma carga menor no estado, já é possível deixar de arcar com o custo logístico de se manter uma produção em outro lugar”, explicou Paiva.
Em 2022, a Becomex faz 15 anos de operação no mercado contábil. Até hoje, afirma a companhia, já conseguiu reduzir em R$ 9 bilhões a carga tributária de seus clientes, dentre eles, empresas do setor automotivo. Em 2021, a empresa teve faturamento recorde de R$ 124 milhões e as perspectivas são de crescimento de 30% para 2022.