Montadora aportará R$ 6 bilhões na unidade para construir uma nova linha de montagem
O primeiro CEO brasileiro da história da Toyota no país, Evandro Maggio, se reuniu com a imprensa na quarta-feira, 5, para se apresentar aos jornalistas e mais: detalhar, ainda que de forma tímida, um pouco da estratégia da montadora no seu próximo ciclo de investimentos, R$ 11 bilhões até 2030.
Do total anunciado em março, por volta de R$ 6 bilhões serão aplicados, segundo o executivo, na construção de uma nova linha de montagem em Sorocaba (SP) e no desenvolvimento de dois novos modelos para a região — um SUV compacto e outro ainda não revelado, mas que poderá ser uma picape anti-Fiat Toro.
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O fechamento da unidade produtiva de Indaiatuba (SP), e unificação da sua produção em Sorocaba, inclusive, tem a ver com a chegada desses dois novos modelos. Maggio explicou que a linha de Indaiatuba demandaria um processo de atualização grande o suficiente para se tornar inviável.
A saída viável, portanto, foi bancar uma nova fábrica do zero, a qual já está sendo construída em Sorocaba. O processo de terraplanagem já começou no espaço, e sua posição na unidade será paralela à linha já existente da montadora ali, da qual saem os modelos Yaris e Corolla Cross.
Por esta nova linha passarão os chassis sobre os quais serão construídos os dois modelos prometidos pela montadora a partir de 2025. Ambos serão construídos em uma plataforma nova e não na utilizada atualmente, a TNGA, mas Maggio não precisou se no caso serão duas plataformas distintas ou apenas uma modular.
O fato é que a produção do SUV compacto começará já em 2025, com o segundo modelo entrando em linha em 2026.
Toyota também aposta em versão híbrida
E possível que nesta linha sejam montados outros modelos Toyota inéditos no país. Nas entrelinhas do discurso da fabricante, o qual versa sobre moldar a sua oferta segundo as demandas do mercado, estão indícios de que a Toyota terá uma gama maior do que a já teve até os dias atuais.
Para além da operação longeva em torno de hatches e SUVs, a montadora segue, portanto, a batida de um mercado que já demanda — e apresenta boas oportunidades de lucro por unidade vendida — modelos mais compactos de utilitários esportivos e, claro, picapes intermediárias ou até mesmo médias.
Enquanto as informações oficiais a respeito do line up futuro da Toyota seguem ocultos por trás do biombo corporativo, a montadora tratou de afirmar que independente do modelo que venha a lançar no país, ele terá uma versão híbrida.
Investimentos de R$ 5 bi no país
E serão justamente esses novos modelos e versões que vão consumir os R$ 5 bilhões restantes do aporte anunciado pela empresa no país para os próximos seis anos.
E já que todos os olhos da Toyota hoje apontam para Sorocaba, o que restará de Indaiatuba, um ativo que é de propriedade da montadora? Segundo Maggio, ainda não há planos para a fábrica, e nem é o momento para tal.
Uma afirmação que, de certa forma, joga um banho de água fria nas intenções da fabricante chinesa Neta, que recentemente declarou que tem interesse na unidade. “Fomos pegos de surpresa. Ainda não temos nenhum plano para esta fábrica no curto-prazo”, disse o presidente da montadora no Brasil.
Com a chegada desses novos modelos, a fábrica de Sorocaba terá a sua capacidade produtiva quase que dobrada, chegando a 175 mil veículos/ano. Espaço há, falta se o mercado estará à altura desse volume. “Também exportamos bastante para a região, não produzimos apenas para o Brasil”, concluiu Maggio.