Com novo CEO, Scania quer se adaptar ao mercado de caminhões

Montadora sueca busca recuperar participação com oferta mais flexível ao frotista

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Montadora sueca busca recuperar participação com oferta mais flexível ao frotista

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Simone Montagna assumiu a direção da operação comercial da Scania em fevereiro, e na sexta-feira, 26, ocorreu a sua apresentação à imprensa em evento realizado em São Paulo (SP).

O executivo italiano chega ao mercado brasileiro após passagem pela direção da operação da montadora na Rússia, a qual foi encerrada recentemente com o recrudescimento do conflito que ainda segue no território da Ucrânia.


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Antes disso, Montagna já havia trabalhado no Brasil, dirigindo a divisão financeira da companhia por aqui, o Scania Banco. À época, tratou de aprimorar o seu português e, também, de conhecer os principais distribuidores de caminhões da marca no país.

Se aproximar dos concessionários se mantém como rotina na atual passagem pela Scania Brasil. Desta vez, segundo o executivo, é preciso ouvir o que eles têm a dizer para se alcançar o principal objetivo da sua gestão: alavancar a participação no mercado.

“Precisamos ouvir o cliente e entregar o que ele está pedindo. Estivemos nos últimos anos muito conectados com outros assuntos do que com o cliente”, disse Montagna à reportagem após sua apresentação.

Ainda que a frase denote um certo descolamento da empresa com o seu mercado, o executivo explicou que, na prática, as demandas do segmento de pesados mudaram, e que a montadora tenha reagido às mudanças talvez de forma mais lenta que o necessário.


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Uma das medidas tomadas frente ao cenário mais difícil em termos de vendas no mercado doméstico foi flexibilizar mais a oferta de caminhões. A linha de caminhões Plus, lançada na semana passada, é um exemplo de que a empresa busca se adaptar aos pedidos dos frotistas.

A vigência da norma de emissões Euro 6 ocorreu no momento em que o preço do caminhão disparou, ao passo que o crédito, fundamental aos financiamentos, ficou mais caro. Com isso, os frotistas seguraram os investimentos em caminhões mais atualizados e, em alguns casos, optaram por comprar modelos Euro 5 novos para manter a frota pelo menos renovada.

Ainda levará tempo para vermos os próximos passos da Scania no sentido de aumentar as suas vendas. A montadora, por ora, vendeu o terceiro maior volume de pesados no janeiro-abril, segundo dados do Renavam divulgados pela Anfavea, atrás de Volvo e Mercedes-Benz.

A boa notícia: no acumulado do ano, dentre as três montadoras que mais vendem caminhões pesados no país, a maior taxa de crescimento ante o mesmo período em 2022 foi justamente a da Scania, com 28%. Já seria um indicador de bons ventos? Aguardemos.