Segundo Anfavea, destinos tradicionais, como Argentina e o Chile, representaram as maiores retrações para as vendas extrenas
As exportações de veículos seguem em queda neste ano. Mercados tradicionais, como a Argentina, Chile e Colômbia, têm apresentado queda nos licenciamentos, o que impacta os embarques dos veículos brasileiros.
Em janeiro, de acordo com dados da Anfavea, foram exportados 18,8 mil veículos ante 33 mil unidades no ano passado, o que representa queda de 43%. Em valores, as vendas externas somaram US$ 620,6 mil, recuo de 12,7%.
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Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, as exportações para a Argentina em janeiro recuaram 19% entre 2020 e 2023. Para o México também houve retração de 19%. Já para o Chile o Brasil exportou um volume 79% menor em 2023 do que em 2020 e, para a Colômbia, os embarques foram 60% inferiores no período.
“Há uma queda muito grande nas exportações e essa redução é em função da desaceleração econômica dos principais destinos brasileiros”, disse Leite.
Desequilíbrio no comércio com a Argentina
O dirigente ressaltou, no entanto, que há um desequilíbrio na corrente de comércio com alguns países, principalmente com a Argentina. Para se ter ideia, somente em automóveis, as importações do mercado vizinho passaram de US$ 1,5 bilhão em 2021 para US$ 3,3 bilhões, no ano passado.
“Argentina com o mercado interno em queda impacta as exportações, mas vemos um aumento das importações deste país. Então, é um cenário que cria um desequilíbrio em nossas contas. Com o recuo das vendas externas a produção sofreu, mesmo com a alta nos licenciamentos”, afirmou o dirigente.
Importações têm maior participação desde 2014
Leite afirmou, ainda, que outro fator que impactou a produção de veículos em janeiro foi o aumento dos veículos importados. Segundo dados da Anfavea, as importações tiveram fatia de 19,5%, o que não ocorria desde 2014.
“A cada dez veículos vendidos, dois vieram fora do país. Esse movimento tem que ser acompanhado. Não podemos ter uma participação tão expressiva de importados no Brasil. Tem que ser em patamar que não prejudique a indústria”, afirmou o dirigente.