Ocorreram 20 paradas nas fábricas no primeiro semestre por causa da escassez do componente no mercado
A falta de componentes nas linhas de produção levou as montadoras a fabricarem 5% menos veículos no primeiro semestre, na comparação com o volume registrado no janeiro-junho do ano passado. De acordo com a Anfavea, o quadro de escassez gerou números preocupantes no período: até junho, ocorreram 20 paradas nas linhas de montagem, totalizando 357 dias de inatividade e um total de 170 mil veículos a menos nos pátios.
Leia também:– Anfavea revisa projeções para 2022. Veja o que muda– Produção de veículos pesados fechará o ano com crescimento zero
– Com 600 mil veículos represados, montadoras querem produzir mais no 2º semestre
– Exportações de veículos encerram semestre com alta de 23%
“O semestre até que foi positivo diante da situação logística. Não esperávamos guerra nem fechamento de portos importantes na Ásia. Por outro lado, preocupa o nível de produção de veículos do Brasil, que caiu assim como em outros mercados”, disse na sexta-feira, 8, Marcio de Lima Leite, presidente da associação que representa as montadoras instaladas no país. Até junho as fabricantes produziram pouco mais de 1,091 milhão de unidades.
Apenas em junho, a produção nacional somou 203,5 mil veículos, 21,5% a mais do que em junho do ano passado e queda de 1% ante a produção realizada em maio. Para o presidente da Anfavea, o desempenho visto no final do semestre mostrou estagnação em termos produtivos, e que as quedas observadas no primeiro trimestre, quando se acentuou a crise dos chips, puxaram o desempenho das linhas para baixo.
Produção de veículos por segmento
A produção de veículos leves até junho somou 1,006 milhão de unidades, 5,5% a menos do que no janeiro-junho do ano passado. Deste total, 844 mil unidades correspondem aos modelos leves (queda de 3,5% ), e 162 mil unidades tratam dos modelos comerciais leves (queda de 14%).
Já a produção de caminhões chegou a 71,7 mil unidades no acumulado do ano até junho, apontou o balanço da Anfavea. O resultado representa retração de 4% ante o resultado observado em igual período em 2021. Pesou aqui no desempenho as paradas de produção, como a que ocorreu com a Mercedes-Benz e com a Scania.
A produção de chassis de ônibus, por outro lado, cresceu no primeiro semestre. Foram produzidas13,3 mil unidades até junho, alta de 30% ante o janeiro-junho do ano passado. A produção de modelos urbanos somou 11,5 mil unidades (alta de 26%), enquanto que a produção de chassis para modelos rodoviários chegou a 1,8 mil unidades (52% a mais).
Até junho aumentou o número de funcionários do quadro geral das montadoras. Em junho foram registrados 102,5 mil trabalhadores, segundo o levantamento da Anfavea. Em maio, o quadro era formado por 101,8 mil funcionários.