Com Compass 4xe, 1º híbrido da Jeep, Stellantis acelera eletrificação no Brasil

Modelo chega por R$ 349.990 e é estratégico para marca garantir que 20% de seu mix de vendas seja de carros com a tecnologia

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Modelo chega por R$ 349.990 e é estratégico para marca garantir que 20% de seu mix de vendas seja de carros com a tecnologia

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Chega ao mercado brasileiro o Jeep Compass 4xe (pronuncia-se “fór bái i”, do inglês “four by e”), primeiro híbrido da marca ao alcance do consumidor local. Oferecido em versão única por R$ 349.990, o modelo cumprirá a missão de ser o topo da gama da marca no Brasil, a versão Série S.

No lugar de ser fabricado em Goiana (PE), como os outros Compass, vem importado de Melfi, na Itália. O 4xe carrega o mesmo motor T270 de dos parentes pernambucanos e entrega 180 cv, mas roda apenas com gasolina – enquanto o modelo nacional chega aos 185 cv com etanol no tanque.

O diferencial do híbrido está no motor elétrico instalado no eixo traseiro. São 60 cv extras, resultando na potência combinada de 230 cv. O torque máximo é de 27,5 kgfm no motor 1.3 a gasolina e 25,5 kgfm vindos do motor elétrico. 

O que é que o híbrido tem?

Na comparação com o Compass turboflex, o 4xe ganha pela agilidade. A Jeep divulga aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos (quase três segundos a menos do que o modelo a combustão).

A versão híbrida não nega fôlego em nenhuma situação, mas não apresenta desempenho explosivo – como aconteceria em um carro elétrico. De toda maneira, as ultrapassagens serão realizadas sem preocupação alguma – e na maioria dos casos sem emitir poluentes.

Esse aspecto é outro destaque do modelo. O Compass 4xe faz 25,4 km/l na cidade e 24,2 km/l na estrada, segundo medições da Jeep. Segundo a fabricante, o SUV pode rodar até 927 quilômetros. Ou seja: bebe e consome menos.

Há três modos de condução: além do Híbrido (que aciona o motor térmico de acordo com a necessidade), o SUV pode rodar nos modos Elétrico e E-Save. Este último funciona de forma passiva (preservando a carga das baterias) ou ativa (utilizando o motor térmico para regenerar até 80% da carga das baterias). Existe ainda a função Sport, que altera vários parâmetros do veículo e cujo funcionamento é igual ao do Compass flex.

Recarga é simples, mas pode ser demorada

A bateria de 11,4 kWh permite que o SUV rode até 44 quilômetros apenas com eletricidade. A velocidade máxima, porém, é limitada a 130 km/h. Por ser um híbrido do tipo plug-in, o Compass 4xe pode ser recarregado em qualquer tomada de três pinos, já que o veículo traz um cabo para esta finalidade.

Talvez seja preciso apenas um pouco de paciência: dependendo da escolha, a recarga pode levar de quatro a 20 horas. Em um wallbox de 7.4 kW (como o que a marca oferece aos clientes em parceria com a Weg), o processo de recarga é concluído em 100 minutos. aumentando para cinco horas em um carregador mais simples. 

Compass 4xe é só o começo

O Jeep Compass 4xe dá sequência à estratégia de eletrificação da Stellantis no Brasil. Em 2021, chegou ao mercado o Fiat 500 elétrico, agora o SUV e a companhia já admitiu estar preparando um modelo híbrido a etanol.

Com esse arsenal, a empresa pretende garantir que, até 2030, 20% de seu mix de vendas na região seja composto por carros eletrificados, segundo contou Antonio Filosa, Chief Operating Officer (COO) da companhia para a América do Sul.

A escolha de trazer a versão eletrificada do Compass ao Brasil para acelerar essa jornada é promissora. Faz cinco anos que a Jeep lidera o segmento de SUVs no Brasil. Parte desse feito se deve ao sucesso do Renegade, mas o Compass possui papel vital no desempenho da empresa.

“Ele é o primeiro passo de um caminho sem volta”, disse Alexandre Aquino, responsável pela Jeep no Brasil, antes de revelar que a marca está estudando quais modelos da gama 4xe serão importados para cá.