Sindicato dos motoristas critica proposta legislativa e alerta para risco à segurança no trânsito
Após anos de pressão de empresas de sistemas autônomos, as autoridades da Califórnia analisam a possibilidade de revogar a lei estadual que proíbe a circulação de caminhões pesados autônomos nas estradas. Sindicalistas são contra e apontam riscos à segurança no trânsito e a perda de empregos.
Os deputados americanos Jim Costa e Dusty Johnson apresentaram na semana passada a “Lei de Rodovias Mais Seguras e Maior Desempenho para Caminhões Interestaduais”, conhecida também como HR 471, que visa flexibilizar o uso de caminhões com sistemas autônomos nas vias públicas.
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A mudança é defendida por montadoras, como a Volvo e a Daimler, e empresas de sistemas autônomos, como a Waymo e a Aurora Innovation, visando automatizar totalmente os caminhões em um ou dois anos. Em outros estados, como o Texas, testes são realizados ainda com um motorista de segurança.
Sindicato rechaça proposta de liberar caminhões autônomos
O sindicato dos caminhoneiros Teamsters, no entanto, rechaça a proposta por considerar que “permitiria a introdução de caminhões mais pesados e perigosos nas estradas, propensos a colisões mais frequentes e graves”.
Em carta à Comissão do Transporte da Câmara, o presidente geral da Teamsters, Sean M. O’Brien, afirmou que “a HR 471 procura ‘soluções’ de curto prazo erradas e perigosas” para resolver problemas de longa data na cadeia de suprimentos e da indústria de transporte rodoviária — desde questões regulatórias até as condições de trabalho.
Na segunda-feira, 31, caminhoneiros e a Federação do Trabalho da Califórnia protestaram pedindo por uma lei que exija a presença de um motorista de segurança na cabine em qualquer teste ou operação de veículos autônomos acima de 4,5 toneladas, segundo a agência Automotive News.
Os caminhoneiros pedem ainda que os legisladores considerem a segurança nas estradas e o impacto nos empregos que os caminhões autônomos poderiam trazer.