BYD promete novo ciclo de investimentos para o Brasil

Aporte servirá, segundo chairman da empresa, para aumentar capacidade produção em Camaçari; executivo também garantiu manutenção da unidade de Campinas

Marcus Celestino

Marcus Celestino

Aporte servirá, segundo chairman da empresa, para aumentar capacidade produção em Camaçari; executivo também garantiu manutenção da unidade de Campinas

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A BYD revelou na segunda-feira, 9, que em breve fará novo ciclo de investimentos no Brasil. Isso, de acordo com o conselheiro da empresa de origem chinesa, Alexandre Baldy, além do já anunciado aporte de R$ 3 bilhões. As novas cifras não foram reveladas.

O novo montante será destinado ao centro de pesquisa e desenvolvimento a ser feito em Salvador (BA) e também utilizado para ampliar o complexo de Camaçari (BA) – que, agora, é oficialmente da empresa. Por conseguinte, garantirá a ambiciosa meta de dobrar a capacidade do volume de produção de 150 mil para 300 mil veículos em 2025.


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Vale ressaltar que o complexo de Camaçari será composto por três unidades: uma voltada para a produção de automóveis, outra para o processamento de lítio e, por fim, uma fábrica para caminhões elétricos e chassis de ônibus.

Por conta disso, Baldy foi questionado acerca do futuro da planta de Campinas (SP). Isso porque lá, além de módulos fotovoltaicos, a BYD também faz chassis de ônibus elétricos no interior paulista.

“Seguimos garantindo os investimentos em Campinas”, assegurou o chairman da montadora chinesa. 

Além de investimentos próprios, BYD recebe incentivos do governo

O novo aporte prometido pela BYD assegura, de certo modo, o compromisso da empresa com o Brasil. No entanto, há, evidentemente, contrapartidas.

Durante a inauguração da pedra fundamental do complexo de Camaçari, por exemplo, o governador Jerônimo Rodrigues assinou projeto de lei que garante isenção de IPVA para elétricos de até R$ 300 mil feitos na Bahia. Veículos acima desse valor terão percentual de 2,5%. 

“A gente cumpre o papel que nos cabe, do estado, de garantir incentivos para que a BYD tenha autonomia para investir seus recursos na Bahia”, comentou o governador.

Entra na equação também o porto de Aratu, que, embora ainda não esteja nas mãos da BYD, compõe o pacote de incentivos. A fabricante pretende realizar a importação de insumos e a exportação dos seus veículos por meio daquela zona portuária.

Ainda há nessa conta “de padaria” a questão que envolve o imposto zero para veículos elétricos. Também, claro, a manutenção dos incentivos fiscais às montadoras instaladas no Nordeste.

“A BYD acredita na politica de industrialização do governo federal. Esse desenvolvimento regional, seja na reforma tributária ou por meio do MDIC, é fundamental para a manutenção da indústria e para a geração de novos empregos”, destacou Alexandre Baldy.

“O governo Lula é caracterizado pelo diálogo e pelo entendimento. O que nós ouvimos hoje dos senadores da Bahia é que há um entendimento no Senado de que os incentivos sejam mantidos por mais um período”, comentou Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Vale frisar que o senador Otto Alencar (PSD) apresentou emenda à PEC da reforma tributária que prorroga tais incentivos até 2032. Também é importante ressaltar que estes se estendem para além do Nordeste, abarcando Norte e Centro-oeste.

Alencar disse, no evento realizado nesta segunda-feira, o óbvio: que a emenda já está nas mãos do senador Eduardo Braga (MDB). O que é evidente, já que Braga é o relator da PEC. Ele, aliás, já encetou as negociações a fim de elaborar o parecer da proposta – que teve mais de 300 sugestões de emendas.