Sem ajuda de exportações ou mercado interno, segmento exibe números semelhantes ao de 2020
As montadoras instaladas no País fabricaram em outubro 1,3 mil ônibus, um total 8,8% mais alto que o de setembro. No acumulado do ano, no entanto, a produção de 15,9 mil unidades (na soma de modelos urbanos e rodoviários) é apenas 1,1% maior na comparação com os mesmos dez meses do ano passado. Nem as exportações nem o mercado interno colaboram com o setor, que mantém o pior desempenho da indústria automobilística como consequência da pandemia de Covid-19.
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Os números foram divulgados na segunda-feira, 8, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A alta foi sustentada pelos modelos urbanos, que somaram até outubro 13,8 mil unidades fabricadas, que resultaram em crescimento de 5,5% pela comparação interanual. Já os rodoviários exibem queda de 20,5%, com apenas 2,1 mil veículos montados.
Exportação acumula pouco mais de 3 mil ônibus
Em outubro o Brasil enviou ao mercado externo 311 ônibus, número 25,9% menor que o de setembro. O acumulado do ano teve 3,2 mil unidades, o que resultou em queda de 4,2% na comparação com os mesmos dez meses de 2020, um ano já bastante ruim para o comércio exterior.
“O que se espera a partir de 2022 é que, com uma situação mais estabilizada e o controle da pandemia, haja uma retomada desse segmento em todos os países”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini, confiante na capacidade local da indústria. “O que precisamos é melhorar a competitividade do País, reduzindo o custo-Brasil para disputar com outros produtores mundiais”, diz.
Mercado interno cresceu apenas 3,8%.
Os números da Anfavea indicam 905 ônibus emplacados em outubro. O volume foi 6% mais alto que o de setembro, mas também é o pior resultado para o mês de outubro desde o ano de 2017. Segundo a Anfavea, a maioria dos ônibus emplacados no mês (33%) eram modelos urbanos. Os rodoviários responderam por 16%. Apenas 11% eram unidades para o programa governamental Caminho da Escola, cujos emplacamentos devem voltar a crescer em dezembro.
O acumulado do ano teve 11,8 mil ônibus emplacados, um total apenas 3,8% mais alto que o dos mesmos dez meses de 2020. “Os ônibus continuam numa situação bastante delicada”, recorda Saltini, referindo-se à queda nas renovações de frota urbanas, rodoviárias e também à baixa procura pelo setor de turismo.