Fabricante alemã de componentes automotivos funcionará a partir de cinco frentes a partir de 2024
Mais uma gigante do setor automotivo se rende aos novos tempos. A partir de 1o de janeiro de 2024, a Bosch passará a se chamar Bosch Mobility Company, com cinco frentes de negócios. O objetivo é oferecer soluções integradas de mobilidade para o segmento de aftermarket.
A informação foi dada por Delfim Calixto, presidente da Bosch Latin America, durante a Automec 2023. O executivo vê na mudança da estrutura uma forma de fazer com que a mobilidade conectada chegue até a ponta da cadeia, no reparador.
“O carro é um smartphone sobre rodas e temos de fazer uso desta tecnologia para realizar bons negócios. Antes eu pensava em vender para o meu consumidor, agora temos de prover a solução de uma forma única e integrada”, afirmou Calixto.
Como são as novas unidades de negócios
Na estratégia de ser uma empresa voltada para a mobilidade, a partir de 2024 a Bosch Mobility Company terá cinco unidades de negócios. Cada qual com seu guarda-chuva. Um formato global que será usado também no Brasil.
- – Energia – será responsável pelos sistemas propulsores, desde baterias e células de combustível, até motores a combustão flex, a gasolina e diesel
- – ADAS – unidade que cuidará dos dispositivos de assistência à direção
- – Dinâmica veicular – todos os componentes integrados ao powertrain responsáveis pela direção e segurança do carro
- – Carroceria e conforto – tudo relativo à cabine , desde design a equipamentos e funcionalidades a bordo
- – Infotainment – soluções para sistemas operacionais e centrais multimídias
Digitalização das oficinas
No novo modelo de negócio, a Bosch promete também investir na digitalização dos processos e das oficinas. Desta forma, a empresa quer usar os dados de mobilidade e conectar os reparadores para “fechar a cadeia” dentro deste cenário de transição energética.
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Neste panorama, entram também os desafios de suprir a indústria automotiva com componentes em meio aos gargalos logísticos de falta de insumos do setor. Além de virar a chave para a questão de que o mercado agora não demanda tanto a necessidade de posse do veículo.
“Neste passo temos de trabalhar com frotistas e entender a oficina como uma linha de produção. Fazer o reparador entender que veículo parado é gasto”, explica o presidente da Bosch. “Faremos uma sinergia grande, desde o nascimento da peça”.
Atualmente, a companhia reúne pouco mais de 1 mil Bosch Car Service só no Brasil. Existem mais 200 unidades na Argentina. Na América Laina, ao todo, são 1.490 oficinas credenciadas da fabricante alemã.
Bosch celebra bom momento no Brasil e na região
A empresa diz que vê com surpresa os resultados dos últimos anos no segmento de reposição. Mesmo na pandemia, a Bosch registrou crescimento nas vendas. No Brasil, anotou evolução de 8% em 2020, de mais de 20% em 2021 e também em 2022.
Na América Latina – que não inclui o México e onde o Brasil representa 45% – as vendas no aftermarket também surpreenderam. Depois de uma estagnação em 2020, a região anotou crescimento de 24% em 2021 e de 32%, no ano passado.
As projeções da Bosch para este ano apontam para uma evolução discretamente mais tímida. A fabricante aposta em aumento de 17% nas vendas do mercado de reposição brasileiro e de 13%, na América Latina.
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Ao mesmo tempo, a Bosch pretende fomentar os negócios em outros mercados da região.
“Na Argentina, queremos reduzir a dependência do Brasil, e também ampliar as atividades em outros países com a abertura de escritórios regionais”, avisa Delfim Calixto.