Crise dos microchips ainda afeta o desempenho comercial e produtivo da montadora na Europa e na América do Norte
A Toyota reduziu novamente suas projeções acerca das vendas e da produção para o ano fiscal 2021-2022, que termina em março. A medida ocorre após a empresa registrar queda de 21% no lucro operacional no terceiro trimestre, encerrado em dezembro.
As novas estimativas apontam para um volume de vendas global de 8,25 milhões de veículos nos dozes meses que terminam em março. A projeção anterior da montadora era de 8,55 milhões de veículos no mundo. No caso da produção, o volume cai de 8,8 milhões de unidades para 8,5 milhões.
“Não achamos que esse desequilíbrio entre a demanda e a oferta de microchips melhorará tão cedo e, juntamente com os surtos de coronavírus, as perspectivas ainda permanecem incertas”, disse um executivo da Toyota ao site Automotive News.
A montadora afirmou que deve perder entre 100 e 200 mil unidades de produção em março devido aos gargalos de semicondutores, depois de perder 140 mil unidades em janeiro devido às interrupções nas linhas promovidas pela pandemia de covid-19.
“O plano para 8,5 milhões de unidades é baseado em levar em conta todas as faltas de fornecimento de peças que são atualmente esperadas e reduzir a previsão de forma conservadora”, contou o interlocutor.
As projeções a respeito de lucros para o ano fiscal, por outro lado, estão mantidas. A Toyota espera lucro operacional de 2,8 trilhões de ienes (US$ 24,33 bilhões) e lucro líquido de 2,49 trilhões de ienes (US$ 21,63 bilhões).
Receita e lucros da montadora caíram no terceiro trimestre
De acordo com o balanço do terceiro trimestre fiscal da montadora, divulgado na quarta-feira, 9, o lucro líquido caiu 5,6%, para 791,7 bilhões de ienes (US$ 6,88 bilhões). A receita recuou 4,5% para 7,786 trilhões de ienes (US$ 67,65 bilhões), com as vendas globais caindo 15%, considerando as vendas das marcas Lexus, Toyota, Daihatsu e Hino.
As vendas globais no varejo caíram 11%, somando 2,52 milhões de veículos no terceiro trimestre fiscal. Separando por região, as vendas na América do Norte caíram 31%, para 522 mil unidades. As vendas na Europa caíram 12%, chegando a 250 mil veículos.
Na região que a montadora denomina América do Sul e Central as vendas no trimestre somaram 111 mil unidades, alta de 27,5% ante o volume vendido no terceiro trimestre do ano fiscal anterior.
Não apenas as vendas cresceram como a produção também subiu nas fábricas que a montadora mantém no Brasil. No ano passado o volume superou o de 2020 em 48%, totalizando 172 mil unidades. O crescimento se deu por meio do aumento da demanda nas exportações.