Apesar de semicondutores, setores de caminhões e ônibus projetam alta em 2022

Montadoras observam aumento da demanda em suas áreas de atuação

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Montadoras observam aumento da demanda em suas áreas de atuação

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As montadoras de caminhões e chassis de ônibus viveram momentos distintos nos últimos dois anos pandêmicos. Enquanto o primeiro segmento viu as demandas aumentarem, por causa do agronegócio, o outro observou as vendas caírem com a restrição de tráfego no país por causa do coronavírus. O presente, no entanto, é mais de similaridades do que de diferenças.

Isso porque ambos os setores projetam crescimento de vendas para o ano. Durante o  #ABPlan – Planejamento Automotivo 2022, evento organizado pela Automotive Business e realizado por meio on-line em abril, executivos avaliaram que a crise dos semicondutores perdura este ano em contraste com mercados que pedem renovação de frota.


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“Este ano, por causa dos efeitos da vacinação, com a volta dos passageiros aos sistemas de transporte, temos a retomada do segmento rodoviário e urbano, um ano eleitoral que normalmente puxa as compras, temos a antecipação das compras dos clientes que querem renovar suas frotas por causa das demandas do Euro 6. Representa um cenário positivo para 2022, para o qual projetamos, se tudo correr bem, a um crescimento de 50% no mercado no comparativo 2022-2021”, afirmou Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz.

Pelo lado dos caminhões, Alex Nucci, diretor de vendas da Scania, contou durante o evento que os volumes de vendas neste ano serão 10% superiores às registradas no ano passado, projeção similar a da Anfavea, a associação que representa as montadoras instaladas no país.

“Mercado foi muito bom em 2020 e 2021 e agora as projeções indicam para um crescimento de 10% sobre o ano passado. A falta de componentes afeta a nossa produção, mas quando falamos de mercado vemos um ano muito melhor na comparação com 2021, apesar do cenário de instabilidade provocado pela falta de componentes”, disse o executivo durante o evento.

Sobre o desequilíbrio nas entregas de componentes, ambos os executivos concordaram que a indústria precisa buscar alternativas para o fornecimento dos componentes considerados chave na construção veicular.

“O desafio dos semicondutores continua afetando a indústria. A Mercedes vem sofrendo com a falta de módulos eletrônicos no Brasil e no mercado externo. É algo que vai perdurar ao longo deste ano e cada montadora terá de achar uma equação para diminuir o tempo de espera pelo veículo na ponta”, disse Barbosa.