Anfavea revisa projeções para 2022. Veja o que muda

Diante da instabilidade global, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil traça novas expectativas para a indústria

Giovanna Riato

Giovanna Riato

Diante da instabilidade global, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil traça novas expectativas para a indústria

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Concluído o primeiro semestre, a Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil, revisou as projeções de vendas, produção e exportação de veículos em 2022. O presidente da organização, Márcio de Lima Leite, anunciou os novos números em coletiva de imprensa na sexta-feira, 8.


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Ele aponta que o ajuste reflete a fatores como a persistência da crise logística global que tem afetado a produção e as dificuldades de acesso ao crédito pelo consumidor brasileiro.

Apesar desses desafios, o dirigente se empenha em destacar que nem todas as notícias são negativas: enquanto as expectativa de vendas e produção de veículos de veículos foi ajustada para baixo, a projeção para as exportações aumentou.

Projeções da Anfavea para 2022: Veja o que muda

Mercado terá crescimento frágil

No começo de 2022, a expectativa era de que as vendas de veículos aumentassem 8,5% este ano, para 2,3 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A Anfavea sempre defendeu que o primeiro trimestre seria de retração, com melhoria a partir de então.

Em parte, a teoria se confirmou, mas a retomada parece não ter sido tão forte quanto a esperada pela entidade. Por isso, a organização divulgou a nova expectativa de que o mercado vai crescer apenas 1% na comparação com 2021, para 2,14 milhões de emplacamentos.

Na prática, será o bom e velho “andar de lado”, com situação praticamente estável na comparação com o ano passado.

Alta na produção de veículos será menor

Já o ritmo das fábricas brasileiras de veículos deve ter aumento mais relevante na comparação com o de 2021, mas ainda assim menor do que o previsto inicialmente. A nova projeção da Anfavea aponta para evolução de 4,1% na produção este ano, para 2,34 milhões de veículos.

No começo do ano, a organização esperava alta de 9,4%, para 2,46 milhões de unidades. Márcio diz que existe a possibilidade de que os novos números sejam superados, mas, diante do cenário de pandemia, guerra na Ucrânia e crise logística, a Anfavea considerou mais prudente fazer a revisão.

Exportações vão subir mais

Mesmo diante das instabilidades globais, a previsão para as exportações ficou maior. Pelas novas expectativas, o Brasil deve vender 460 mil veículos a outros mercados, com alta expressiva de 22,2%. O aumento esperado no começo do ano era de tímidos 3,6%.

“No fundo, tudo depende de como a produção de veículos vai evoluir nos próximos meses”, analisa Leite, lembrando das constantes paradas nas fábricas por falta de componentes.

A Anfavea calcula que, no primeiro semestre, o problema fez com que 75 mil carros deixassem de ser fabricados, com 20 interrupções nas operações e uma média de 18 dias de parada em cada fábrica de veículos do país.

Em um esforço para olhar o copo meio cheio, Leite aponta que, resolvida essa questão, há muito potencial de crescimento no mercado brasileiro, que enfrenta envelhecimento da frota de veículos e interesse dos consumidores na renovação, além de demanda reprimida das locadoras de veículos.