Anfavea diz que semicondutores devem afetar produção até 2024

Apesar do persistente desabastecimento, associação exaltou números do setor automotivo em novembro

Vitor Matsubara

Vitor Matsubara

Apesar do persistente desabastecimento, associação exaltou números do setor automotivo em novembro

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A Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que a crise dos semicondutores seguirá afetando a produção nacional pelo menos até o primeiro semestre de 2023, com possibilidade de durar até meados de 2024.


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“Os semicondutores continuam sendo um grande problema para o nosso setor. A situação está um pouco melhor (em relação ao ano passado) e deverá evoluir a cada mês, embora neste ano cerca de 250 mil unidades deixaram de ser produzidas por conta desse problema. Isso continuará sendo um limitador para nossa produção pelo menos até o primeiro semestre de 2023 e provavelmente se estendendo até o início de 2024”, declarou Márcio de Lima Leite, presidente da associação.

Bons números

Apesar dos efeitos do desabastecimento, a Anfavea celebrou os resultados do setor automotivo em novembro. A indústria licenciou 204 mil veículos no mês passado, o que representa alta de 12,8% em relação aos números de outubro. O resultado também foi positivo (crescimento de 17,9%) frente ao volume registrado em novembro de 2021.

Quanto à produção, o montante chegou a 215,8 mil unidades em novembro, alta de 4,7% frente a outubro deste ano e 4,9% se comparado ao volume de novembro de 2021.

“Novamente superamos a marca de um número mágico para nós, que é o de acima de 200 mil unidades. E agora, em 2022, no início de dezembro, estamos ultrapassando o volume de nossa produção de 2021, apesar dos problemas de abastecimento que ainda limitam o mercado. Então é um volume bastante expressivo para o nosso setor, especialmente porque começamos o ano com algumas dúvidas e resultados mais baixos”, ponderou Lima Leite.

Dezembro não deve ser tão positivo

Sem fazer muitos prognósticos para o fechamento do ano, o presidente da Anfavea admitiu que o volume de dezembro não deve ser tão positivo como poderia.

“Além de as montadoras darem férias coletivas por conta do recesso de fim de ano, ainda vamos ter alguns dias ‘contaminados’ por conta da Copa do Mundo. Acredito que teremos um bom volume de produção em dezembro, mas provavelmente um pouco menor do que o montante do ano passado (quando pouco mais de 206 mil veículos foram produzidos)”, concluiu.