“Se não nos transformarmos, vamos desaparecer”, diz Carlos Tavares, CEO da Stellantis

Executivo garante que montadora está atenta às oportunidades de parcerias no mercado automotivo

Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Executivo garante que montadora está atenta às oportunidades de parcerias no mercado automotivo

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Depois de três anos de sua criação, a Stellantis ainda é uma empresa em processo de consolidação, segundo o seu CEO global Carlos Tavares.

Durante apresentação do novo ciclo de investimentos da montadora para o Brasil e América do Sul, na quarta-feira, 6, em Brasília (DF), o executivo foi questionado a respeito da costura de novas parcerias estratégicas no setor automotivo. E foi categórico ao afirmar que a empresa está atenta às oportunidades no mercado.

“Nós estamos muito atentos. Se não nos transformarmos, vamos desaparecer. Não estou aqui para criar especulações. O que é óbvio é que estamos vivendo um período darwinista”, disse Tavares.


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Se no conceito criado pelo naturalista britânico Charles Darwin as espécies evoluíram – e sobreviveram – por meio da adaptação ao ambiente, no setor automotivo isso pode ser traduzido em parcerias com outras empresas.

A própria trajetória da Stellantis mostra isso – a fusão da PSA Peugeot Citroën com a FCA – Fiat Chrysler Automóveis viabilizou um player mais forte no momento em que a transformação da indústria elevou os custos de produção.

A união das duas empresas, que culminou em um supergrupo que administra 16 marcas, hoje fatura € 189,5 bilhões, com lucro registrado em 2023 na casa dos € 18 bilhões. E que expande suas operações em mercados estratégicos, como América do Norte e Brasil.

Carlos Tavares afirma que Stellantis precisa ser saudável financeiramente

Este processo de transformação segue em curso, e o CEO global da Stellantis mostrou que a fabricante ainda está inclinada às ações que podem torná-la mais forte no futuro.

“Estamos sempre atentos às oportunidades e, para aproveitá-las, é preciso ter uma empresa em boa saúde”, contou o CEO.

O próximo movimento da montadora nesse sentido, no entanto, segue escondido por trás do biombo corporativo.

Por outro lado, circularam notícias na Europa, desmentidas pela montadora, de que estaria sendo negociada uma fusão com a Renault. Espécie de resposta ao crescimento das montadoras chinesas no mercado global.

“Eu costumo dizer que uma empresa que tem três anos é um bebê. Um bebê que precisa de saúde (lucros), educação (novas tecnologias) e valores (qualidade). E este processo ainda não está finalizado”, admitiu o executivo.