Fabricante japonesa revela plano global estratégico que prevê 30 lançamentos até 2026 e aumento da rentabilidade
Dezenas de lançamentos, aumento da lucratividade, expansão da eletrificação, redução de custos e crescimento nas vendas. Estas são algumas das principais diretrizes do The Arc, o novo plano estratégico global que a Nissan apresentou nesta segunda, 25, e que traça as diretrizes do grupo automotivo até 2026.
O plano estratégico é considerado uma “ponte” entre o Nissan Next – que termina neste ano fiscal de 2023, em 31 de março -, e o Ambition 2030, o programa de longo prazo da fabricante japonesa. Dentro do projeto, 30 lançamentos de veículos e aumento da vendas em 1 milhão de unidades (já em 2024).
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“Este plano nos permitirá potencializar ainda mais a geração de valor e a competitividade, com mais agilidade. Ao enfrentar a extrema volatilidade no mercado, a Nissan está tomando ações decisivas, norteada pelo novo plano, para assegurar a lucratividade e o crescimento sustentável”, afirmou Makoto Uchida, CEO da Nissan.
Plano estratégico da Nissan mira em elétricos e híbridos
Para a meta de 1 milhão de veículos vendidos a mais no novo ano fiscal que se inicia, na comparação com o anterior, a montadora diz que adotará estratégias regionais. O alvo preferencial, obviamente, está nos eletrificados.
Dos 30 novos carros previstos pela Nissan até 2026, 16 serão híbridos ou veículos elétricos (VEs). Já de 2024 a 2030, o objetivo da empresa é lançar um total de 34 modelos eletrificados em todos os segmentos.
Pelo plano estratégico, a Nissan quer que híbridos e elétricos respondam por 40% de seu mix de vendas até 2026. E até 2030, o objetivo é que essa participação de eletrificados chegue a 60% do portfólio geral da fabricante.
Segundo a montadora, a ofensiva de eletrificados será baseada em novos processos de desenvolvimento e manufatura, na tentativa de tornar os VEs mais acessíveis e aumentar a lucratividade. A ideia é desenvolver famílias de carros elétricos sobre plataformas modulares e com integração de motores e baterias.
Elétricos da Nissan vão custar o mesmo que carros a combustão
Desta forma, a Nissan pretende reduzir em 30% os custos de sua próxima geração de veículos elétricos na comparação com seu mais recente modelo zero combustão, o SUV Ariya. E até o fim da década, a meta é equiparar com os custos de modelos a combustão.
Além disso, as novas práticas podem diminuir os prazos de desenvolvimento de novas gerações de VEs em quatro meses. Enquanto as arquiteturas modulares devem reduzir o tempo de produção nas linhas de montagem em 20%.
Isso implicará na adoção do chamado padrão Nissan Intelligent Factory. O sistema de produção integrará as fábricas da marca no Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Nissan traça novas tecnologias em plano estratégico
O plano também aborda outras frentes de desenvolvimento, como as tecnologias semi-autônomas e de assistência à condução, o que inclui uma nova geração do ProPilot. Ao mesmo tempo, a Nissan diz que vai investir em baterias de íons de lítio e de estado sólido.
As baterias serão desenvolvidas e produzidas no Japão, com promessa de redução de 30% nos custos em comparação às que equipam hoje o subcompacto Sakura. A previsão é que os VEs com a nova geração de baterias (inclusive de estado sólido) sejam lançados no ano fiscal de 2028.
América do Sul não é citada no plano estratégico da Nissan
A fabricante também elencou regiões dentro do plano The Arc. Para as Américas, estão previstos sete novos carros – entre modelos com tecnologia e-Power e híbridos plug-in – nos Estados Unidos e Canadá, além de renovação de 78% do portfólio nos EUA.
Serão US$ 200 milhões de investimento na “experiência do consumidor nos EUA”, diz a marca. A meta é alcançar 330 mil unidades a mais em vendas em 2026 na comparação com o ano fiscal de 2023.
Brasil e outros países do continente latino-americano, contudo, sequer foram citados no plano global da Nissan, que estabelece objetivos para Japão, China e Índia, além de mercados da Europa, África, Oriente Médio e Oceania.
Vale lembrar que, em 2023, a Nissan confirmou a produção de um novo SUV para o Brasil – a segunda geração do Kicks – e subiu investimento na região para R$ 2,8 bilhões.