Linha 2025 do SUV médio chega com duas novas versões equipadas com o conjunto importado Hurricane 2.0 turbo a gasolina
Pesquisas de mercado são importantes para as montadoras entenderem os gostos e tendências dos consumidores. Também servem principalmente para avaliar produtos já disponíveis no mercado. E foi o que a Stellantis fez nos últimos meses com a sua marca Jeep para delinear a linha 2025 do utilitário esportivo Compass.
Os dados da pesquisa indicaram que os consumidores estariam interessados em veículos que conseguissem oferecer uma boa equação envolvendo preço e performance. A montadora, por sua vez, deu início ao desenvolvimento de duas novas versões do SUV médio: Blackhawk e Overland.
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A família Compass cresceu, diga-se de passagem, e tem agora sete versões renovadas. Sobre as estreantes, o Compass Blackhawk chega o mercado por R$ 279.990. A Overland, por sua vez, custa R$ 266.990. A principal novidade está sob o capô, no caso, o motor Hurricane 2.0 turbo, movido a gasolina, que entrega 272 cv de potência.
Ele é peça fundamental da estratégia da montadora com a versão topo de linha Blackhawk, criada para atender às exigências de um novo mercado.
Por duas razões: a primeira, para sanar um certo estorvo apontado por consumidores na pesquisa, que relataram o Jeep Compass um tanto quanto pesado para um motor que não conseguia tracioná-lo como deveria, segundo os clientes – em referência ao 1.3 GSE turboflex de 185/180 cv.
O Hurricane, que é produzido na Itália e, portanto, importado para o Brasil, de fato resolveu isso como uma solução caseira. O conjunto equipa outros grandalhões da Jeep no exterior, como o aventureiro Wrangler e o Grand Cherokee, além da picape Ram Rampage produzida em Goiana (PE).
A reportagem pode constatar em pista que, de fato, o Jeep Compass Blackhawk entrega um desempenho maior do que as demais versões equipadas com o motor T270 turboflex ou mesmo o TD350 turbodiesel. Os relatos sobre a experiência ao dirigir estarão disponíveis, em vídeo, aqui na Automotive Business a partir de quinta-feira, 18.
Alerta de spoiler: em um trajeto de pouco mais de 30 quilômetros entre Punta del Este e Jose Ignacio, no Uruguai, o SUV mostrou que falta de potência e torque é algo que ficou no passado, com um 0 a 100 km/h em pista paviamentada em cerca de seis segundos.
Veículos chineses estabeleceram novo padrão no mercado
O segundo fator que determinou a concepção do renovado Compass Blackhawk tem a ver com o atual cenário do mercado de SUVs no país. A montadora não confirma oficialmente, mas acrescentar uma versão parruda à linha também pode ser traduzido como uma resposta à chegada de modelos chineses que disputam a mesma fatia de mercado de utilitários esportivos médios.
Um exemplo é o Caoa Chery Tiggo 7 Sport, que chegou ao mercado em março. Ainda que o Compass ofereça mais conteúdo na sua versão Blackhawk, o SUV produzido pela Caoa em Anápolis (GO), e que é vendido por R$ 134,9 mil, ilustra bem o movimento das montadoras no segmento com estratégias de preço agressivas.
Tanto que a versão 2025 do Jeep Compass Sport, esse um concorrente diretíssimo do Tiggo 7 Sport, teve redução de R$ 5 mil no seu preço de estreia na comparação com a linha anterior: custa, portanto, R$ 179.990.
E não apenas a versão Sport chega mais barata. As demais também custam menos na linha 2025, com descontos que variam até R$ 20 mil.
A versão Blackhawk do Compass servirá de termômetro para ver se ainda há interesse no mercado por veículos nesta faixa de preço desprovidos de algum auxílio elétrico em seu powertrain. Por R$ 214 mil, por exemplo, o consumidor pode comprar um Haval H6, da GWM, com motorização híbrida. A briga é boa.
De qualquer forma, esta deverá ser a última linha do Compass puramente a combustão produzida no país, considerando o planejamento da Stellantis que tem como foco a descarbonização. A fabricante ainda não confirma, mas o SUV será um dos modelos nacionais construídos nas plataformas eletrificadas Bio-Hybrid. Quando isso irá acontecer?
“Tudo ao seu tempo”, disse Hugo Domingues, vice-presidente da Jeep na América do Sul.