Agência Internacional de Energia, porém, ressalta que infraestrutura de recarga e preços acessíveis ainda representam desafio para o segmento
Apesar das questões da eletrificação nos Estados Unidos e na Europa, as vendas de carros elétricos vão crescer fortemente em 2024. Esta é a projeção da Agência Internacional de Energia (IEA), que prevê que mais de um a cada cinco veículos comercializados no mundo este ano serão movidos somente por baterias.
As estimativas da entidade apontam que as vendas de carros elétricos atingirão 17 milhões de unidades este ano. O que significará 21% de alta em relação aos 14 milhões licenciados em 2023.
VEJA MAIS:– Brasil precisa de mais especialistas em carros elétricos que resto do mundo
– Combustão viva: além de carros elétricos, GM aposta em veículos tradicionais em 2024
Só as entregas de veículos elétricos (VEs) no primeiro trimestre de 2024 aumentaram 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de a taxa de crescimento se manter estável nos últimos recortes, a IEA considera que a base de comparação de 2023 é bastante forte, o que corroboraria suas projeções.
A participação das vendas de carros elétricos, contudo, vai variar de acordo com a região. Nos EUA, que enfrenta descontentamento de clientes com os VEs e a estrutura de carregamento, um em cada nove veículos licenciados serão zero combustão.
Na Europa, essa proporção ficará em um em cada quatro automóveis vendidos. A agência diz que o continente já terá uma demanda fraca no setor automotivo geral, agravada ainda pelo fim dos subsídios a VEs em alguns países.
A maior participação de vendas de carros elétricos ficará mais uma vez com a China, com quase metade de VEs entre os licenciamentos totais. Pelas estimativas da IEA, ao todo, dos 17 milhões de veículos movidos a bateria esperados, 10 milhões, ou 58%, serão negociados no país asiático.
Vendas de carros elétricos dependem de infraestrutura e de preço
A IEA, contudo, frisou em suas projeções que a infraestrutura e acessibilidade aos VEs continuam fundamentais para o setor. A agência destacou que as redes de recarga necessitam crescer seis vezes até 2035.
Além disso, carros a combustão continuam mais baratos do que os seus equivalentes elétricos na Europa e nos Estados Unidos. Já na China, quase 2/3 dos VEs vendidos em 2023 eram mais baratos do que os similares a combustão.
“Margens apertadas, preços voláteis dos metais para baterias, inflação elevada e a eliminação progressiva dos incentivos à compra em alguns países suscitaram preocupações sobre o ritmo de crescimento da indústria, mas os dados de vendas globais permanecem fortes”, afirmou a agência em comunicado.