Associação diz que é preciso equilibrar volume de unidades importadas com exportações
O rápido crescimento no número de carros importados emplacados em maio acendeu o sinal de alerta da indústria automotiva no Brasil. É o que afirmou o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, durante coletiva de divulgação dos resultados mensais nesta sexta-feira, 7. “Essa alta tem uma composição perigosa porque as importações estão crescendo muito e as exportações estão reduzindo”, declarou.
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A associação divulgou apenas os resultados no acumulado, ou seja, de janeiro a maio de 2024. No período, o setor automotivo importou 159,3 mil unidades, o que representa alta de 38% em relação aos 115,6 mil veículos trazidos até maio de 2023.
A diferença entre os números acumulados do ano chegou a 43,7 mil unidades, uma alta de 38% entre eles.
“Esse aumento em velocidade bastante acelerada, mesmo com a recomposição tarifária da tributação, representa um grande desafio para o nosso setor”, declarou Márcio.
Brasil virou prioridade para marcas chinesas
Das quase 44 mil unidades a mais trazidas para cá até o momento, a China responde por 82% do crescimento das importações. O país, inclusive, teve alta de incríveis 510% comparando o volume de unidades no acumulado de 2024 com igual período de 2023.
Para o presidente da Anfavea, a indústria chinesa elegeu o Brasil como prioridade por causa das medidas protecionistas que estão sendo tomadas na União Europeia e nos Estados Unidos. “Há um alvo muito claro no mercado brasileiro”, opinou.
Carros eletrificados estão em alta
Entre os carros eletrificados (híbridos e 100% elétricos), a indústria brasileira emplacou 64,8 mil unidades de janeiro a maio de 2024. O resultado é bastante expressivo, visto que o setor licenciou 93,9 mil automóveis e comerciais leves no ano inteiro de 2023.% v
“Nós já superamos o volume total de emplacamentos de 2023 apenas nos cinco primeiros meses de 2024”, disse Márcio.
Destaque para os carros híbridos, que respondem por 4,4% do total de emplacamentos de veículos leves no acumulado deste ano.
Já os carros elétricos representam 3% do mercado no mesmo período. O presidente da Anfavea destacou que o volume do ano já superou o total emplacado em 2023. “Emplacamos 26 mil unidades de elétricos, com média de 5,2 mil por mês, contra 20 mil no ano todo de 2023”, disse.