Mercados da América do Sul desaceleram e exportações caem

Segundo Anfavea, os embarque somaram 26,76 mil unidades em maio, queda de 41,4% em relação a 2023

Ana Paula Machado

Ana Paula Machado

Segundo Anfavea, os embarque somaram 26,76 mil unidades em maio, queda de 41,4% em relação a 2023

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O desaquecimento dos mercados da América do Sul afetou as exportações de veículos no mês de maio. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea), os embarques somaram 26,76 mil unidades, queda de 41,4% no comparativo com o mesmo período de 2023. 

No acumulado do ano, foram exportados 136,34 mil veículos, um recuo de 29,7%. “A exportação continua sendo o grande desafio para o setor automotivo. A questão do Custo Brasil em muito importante e faz com que as vendas externas continuam perdendo força”, disse Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. 


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Segundo ele, a desaceleração dos principais mercados de destinos também impacta os números de veículos embarcados no país. “Países importantes, como Chile, Colômbia e Argentina passam por uma desaceleração da economia e isso prejudica as nossas exportações.”

Em valores, as exportações recuaram 24,5% em maio, passando de US$ 1,08 bilhão para US$ 822,26 milhões, segundo dados da Anfavea. No acumulado até maio, a receita gerada com as vendas externas somou US$ 3,95 bilhões, uma desaceleração de 17,6% no comparativo com o mesmo périodo de 2023. 

Importações também afetam a indústria

O dirigente ressaltou, ainda, que além da queda nas exportações o aumento das importações também tem afetado a indústria nacional. “É um cenário bastante desafiador, pois, estamos vendo as exportações desacelerando e as importações crescendo”, afirmou Leite. 

De acordo com a Anfavea, de janeiro a maio forma importados 159,33 mil veículos, uma alta de 43% no comparativo com o mesmo período de 2023. Desse crescimento, 82% são automóveis vindos da China. 

“É uma composição muito perigosa, porque estamos vendo o aumento das importações e a queda das exportações”, afirmou o dirigente. Se esses veículos tivessem sido produzidos em países do Mercosul, acaba beneficiando a indústria brasileira. Isso porque existe um fluxo de peças entre esses países e traz um efeito positivo para a cadeia.”