Alíquota cheia do imposto começa a ser cobrada em julho, mas reserva isenta da taxa de importação é de US$ 20 milhões
A partir de julho, as empresas que importam caminhões elétricos no Brasil passarão a ser taxadas na alíquota cheia do Imposto de Importação (II). Pela regra, a tarifa a ser cobrada será de 35%, mas isso não quer dizer que não haverá oferta de veículos pesados elétricos no país.
Porém, há cotas de importação sem a alíquota que as montadoras podem usar até 30 de junho de 2026. Para tal, o governo estabeleceu US$ 20 bilhões de limite a serem usados pelas empresas para trazerem caminhões elétricos sem o imposto. Só que até a semana do dia 17 de junho, somente 38% desta cota foram usados pelas fabricantes.
Bom lembrar que com a volta do II para veículos eletrificados, para a categoria de “automóveis elétricos para transporte de carga” (caminhões elétricos) a taxação começou em 20% a partir de janeiro. E chegará aos 35% agora, em julho de 2024.
O argumento para a retomada da alíquota cheia será mais rápida para caminhões elétricos porque existe uma produção nacional suficiente para a demanda atual – leia-se o Volkswagen e-Delivery. O que não ocorre na categoria de veículos leves de passeio.
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Já a cota para os caminhões elétricos importados livres da alíquota, que começou com US$ 20 milhões, será reduzida gradativamente. Será de US$ 13 milhões em 2025 e de US$ 6 milhões, em 2026.
Apesar do pouco uso da cota até o momento, a expectativa é de que esse percentual aumente com a chegada de mais modelos elétricos ao mercado. A Iveco, por exemplo, lançou o e-Daily na segunda quinzena de junho e vai trazer, somente este ano, 50 unidades do modelo.
Preços altos e pouca oferta de caminhões elétricos
Segundo o presidente da Iveco para a América Latina, Márcio Querichelli, o primeiro lote do modelo elétrico foi trazido da Itália e a companhia usou parte da cota isenta do imposto no primeiro semestre.
“Trouxemos 26 unidades e devemos importar mais 24 veículos até o final do ano. Tudo isso dentro da cota estabelecida”, disse o executivo na ocasião.
As vendas de caminhões elétricos também ainda não decolaram, talvez por falta de oferta ou pelos preços altos desses veículos. A Iveco, por exemplo, deve vender o e-Daily a partir de R$ 549 mil.
De acordo com dados da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), em maio foram emplacadas 32 unidades de caminhões elétricos. No acumulado dos cinco meses, foram 180 veículos, queda de 3,7% em relação ao mesmo período de 2023.
Até o mês passado, haviam sete empresas que ofereciam modelos de caminhões elétricos no mercado brasileiro: Volkswagen Caminhões e Ônibus, Volvo, Scania, Ford, Mercedes-Benz e as chinesas JAC Motors, Foton e Nanjing.