Com a sanção, empresas podem voltar a se habilitar no programa que visa investimentos em descarbonização
O programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) foi sancionado nesta quinta-feira, 27, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, as empresas podem retomar as habilitações ao programa suspensas desde 1º de junho, quando a MP que criou o projeto perdeu força de lei.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), até o momento, já foram habilitadas no programa 89 empresas, de nove estados. Destas, 70 são para unidades fabris que já produzem autopeças, 10 de veículos leves, seis de veículos pesados, dois para centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e uma para projeto de relocalização de uma fábrica de motores da Stellantis na unidade de Betim (MG), com investimento previsto de R$ 454 milhões e geração de 600 empregos diretos.
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Os pedidos de habilitação partiram de empresas instaladas em São Paulo (32), Rio Grande do Sul (24), Minas Gerais (10), Paraná (10), Santa Catarina (7), Rio de Janeiro (2), Pernambuco (2), Bahia (1) e Amazonas (1).
“Nesta semana foi divulgado a estatística da indústria brasileira, que mostrou 82,5% de utilização da atividade produtiva e que a ociosidade caiu e chegou a 17%. Alem disso, aumentou a confiança dos empresários. E esses fatores são sinais de que vai ter investimento e o que nós precisamos é isso”, disse o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
Mover alia investimentos e produtividade
Segundo ele, o país tem dois desafios: aumentar o investimento e a produtividade e o Mover vem ao encontro desses dois objetivos aliados à descarbonização.
“O programa impulsionou investimentos de R$ 130 bilhões e mais 6% na indústria de autopeças, o que deve gerar aportes de R$ 8 bilhões a R$ 7 bilhões. Temos ainda crédito financeiro para a descarbonização de R$ 3,5 bilhões para que as indústrias investirem em descarbonização, eficiência energética e inovação”, afirmou.
O Mover visa expandir os investimentos em eficiência energética. O programa prevê limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e a criação do IPI Verde, sistema no qual quem polui menos paga menos imposto.
O programa prevê um total de R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028, que podem ser usados pelas empresas para abatimento de impostos federais em contrapartida a investimentos realizados em P&D e em novos projetos de produção.
Lula cobra volta do Salão do Automóvel
Durante a sanção do programa, o presidente Lula cobrou novamente o retorno do Salão do Automóvel. Segundo ele, a indústria precisa mostrar ao mundo as inovações em eficiência energética pela qual está passando.
“130 bilhões de reais em investimentos é um começo muito exitoso e eu disse que a indústria simplesmente desapareceu com o Salão do Automóvel, que era uma marca registrada da produção no país. Como é que pode, com a quantidade de indústria e a revolução que estamos fazendo, não convidar o mundo para vir aqui agora? Como eles vão valorizar se a gente não mostra?”, cobrou novamente.