Segundo Anfavea, embarques registraram alta de 10% no mês passado com a melhora dos mercados de destinos
As exportações de veículos seguem com desempenho negativo no acumulado do ano. De janeiro a agosto foram exportadas 241,6 mil unidades ante 295,4 mil veículos no mesmo período de 2023, recuo de 17,9%.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 5, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No entanto, em agosto, as exportações de veículos apresentaram recuperação e chegaram a 38,2 mil unidades, evolução de 10,6% em relação a agosto de 2023.
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“As exportações têm sido um ano desafiador porque mercados de destinos caíram e, com isso, impactaram as nossas vendas externas”, disse Márcio de Lima Leite. “As exportações estão tímidas. Em junho, apresentamos o primeiro crescimento, em julho também subiu e chegamos a 39 mil unidades, que é um número bom porque se tivermos esse volume em 12 meses a gente chega a 500 mil exportados.”
Em agosto, os mercados de destino também apresentaram um desempenho positivo. As vendas de veículos na Argentina, Chile, Colômbia e México cresceram no mês passado.
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Em agosto, de acordo com a entidade, na Argentina o câmbio recuou, o que teria provocado uma queda de preços dos veículos. Além disso, foram lançados três modelos, que também teriam estimulado as vendas. O crescimento doméstico no país vizinho foi de 4,8% no mês passado.
O México também vem crescendo mês a mês e em agosto as vendas apresentaram evolução de 11.9% no país. A Colômbia foi outra que registrou crescimento de 11,5% e no acumulado, que estava negativo, ocorreu um pequeno aumento.
Importações afetam balança comercial
Só as exportações de veículos leves somaram 229,7 mil unidades no acumulado até agosto. Esse volume representa recuo de 18,3% no comparativo com o mesmo período de 2023. Já no mês passado, os embarques chegaram a 36,3 mil veículos, alta de 11,6% em relação a agosto de 2023.
Segundo dados da Anfavea, as vendas externas de caminhões chegaram a 10 mil veículos de janeiro a agosto, queda de 8,6% na comparação com os oito meses do ano anterior. No mês passado, as exportações de pesados chegaram a 1,4 mil unidades, alta de 2,6% em relação a agosto de 2023.
As importações, no entanto, ainda são a “pedra no sapato” das montadoras instaladas aqui. A expectativa da Anfavea é de que as compras somem 500 mil unidades este ano.
“É um volume maior que o mercado da Argentina e se considerarmos as vendas na América Latina excluindo o Brasil, é o equivalente à metade do mercado”, disse Leite.
Segundo ele, as importações da Argentina, embora afete diretamente a montagem de veículos no Brasil, movimenta a cadeia, pois há exportação de autopeças brasileiras para o país vizinho.
“O que a gente percebeu é o que essas importações têm vindo de outros países. Essa é a preocupação porque a balança comercial é negativa”, ressaltou.