BorgWarner quer 1 milhão de turbos em 2022 e fornecerá para 3ª montadora em 2023

Linha de produção dos motores turbos da Stellantis em Betim (MG)

Redação AB

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Linha de produção dos motores turbos da Stellantis em Betim (MG)

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A chegada dos novos Jeep Compass e Fiat Toro
fizeram a alegria não apenas da Stellantis e dos fãs das duas marcas. A filial brasileira da BorgWarner, uma das maiores fabricantes de componentes automotivos do mundo, está comemorando o lançamento dos dois modelos por um motivo simples: ela é a fornecedora das turbinas do novo motor 1.3 turbo, cuja produção teve início em Betim (MG) em março (leia aqui), como explica a reportagem do site Primeira Marcha.

A Stellantis é o segundo grupo automotivo a adotar em seus veículos de passeio o turbo produzido pela BorgWarner. A empresa norte-americana também é a fornecedora das turbinas para os motores TSI da Volkswagen, a primeira grande montadora a apostar em massa na sobrealimentação no Brasil.

Para atender à demanda da Stellantis, a BorgWarner construiu uma nova linha de produção na fábrica de Itatiba (SP) e contratou mais funcionários. A empresa, porém, não divulgou os valores ou quantos trabalhadores foram admitidos. “Na situação atual, é um investimento relevante”, disse Vitor Maiellaro, diretor-geral da BorgWarner Brasil em entrevista ao Primeira Marcha. Turbocompressor fornecido pela BorgWarner para a Stellantis

A torcida pelo sucesso dos novos produtos é tão grande que a BorgWarner já está realizando o treinamento para operar em três turnos na fábrica do interior de São Paulo. “Estamos otimistas com relação a 2021. Nossa capacidade de produção vai chegar a 800 mil unidades com a nova linha de produção”, completou Maiellaro. Até então, a empresa podia produzir cerca de 600 mil turbinas por ano em Itatiba.
O contrato de fornecimento do turbo para o motor 1.3 da Stellantis também pode marcar uma mudança no perfil de produção da BorgWarner. Isso porque, até 2020, a maior parte dos turbocompressores produzidos pela empresa era destinada ao segmento de veículos pesados movidos a diesel, como caminhões e ônibus.
“Hoje a divisão é balanceada. Mas 2021 pode ser o primeiro ano em que veículos de passeio vão superar os comerciais”, disse o executivo. Se a tendência se confirmar, Maiellaro acredita que pode ser um caminho sem volta na consolidação dos motores turbo no Brasil.

DESENVOLVIMENTO LEVA ATÉ 2 ANOS

Isso porque a empresa acaba de firmar contrato de fornecimento de turbocompressores com uma terceira fabricante de veículos de passeio, que, por questões de confidencialidade, não teve o nome divulgado.

Para atender ao novo cliente, a BorgWarner vai construir mais uma linha de produção, que deve ser inaugurada já no ano que vem, aumentando a capacidade de produção de turbos para 1 milhão de unidades por ano. Esse novo produto, porém, tem previsão de lançamento apenas no segundo trimestre de 2023.
Esses dois anos costumam ser o tempo padrão para o desenvolvimento de componentes como o turbo, afirma Maiellaro. Foi assim, por exemplo, com o turbo da BorgWarner que equipa o motor 1.3 da Stellantis.
“O desenvolvimento de turbos no Brasil é dividido em duas grandes etapas. O centro do turbo é formado por componentes que existem prontos e são desenvolvidos globalmente. Mas existe a parcela local, com o desenvolvimento das carcaças externas, por exemplo”, explicou o diretor da BorgWarner.
No fim das contas, cabe à montadora, em parceria com a fabricante do componente, definir os parâmetros de operação da turbina – mais voltados para o desempenho ou para a redução de consumo de combustível. Fábrica da BorgWarner em Itatiba (SP)