Nova estratégia da Volkswagen traz software para carros como novo pilar de negócios

Com robotáxis e direção autônoma, montadora quer ser líder em mobilidade cobrindo todos os aspectos: o carro, a tecnologia e o serviço

Redação AB

Redação AB

Com robotáxis e direção autônoma, montadora quer ser líder em mobilidade cobrindo todos os aspectos: o carro, a tecnologia e o serviço

Imagem de Destaque


A Volkswagen realizou na terça-feira, 13, uma apresentação em vídeo para todo o mundo em que delineou sua estratégia de negócios para 2030. Não houve anúncio de novos produtos, mas a empresa afirmou que, na próxima década, o desenvolvimento e comercialização de softwares para carros serão seu novo pilar de negócios, junto com as vendas de veículos a combustão e elétricos. Até 2026, 50% dos investimentos totais de € 73 bilhões serão destinados a essa área.

Atualmente, a empresa trabalha em três softwares: o E³ 1.1, já existente, que opera em modelos como o ID.4 e o Skoda Enyaq, o E³ 1.2, que será seu substituto, já com novos avanços tecnológicos, e o E³ 2.0, que será unificado para todos os carros da companhia. A principal característica do E³ 2.0 será o fato de que ele permitirá direção autônoma de nível 4, ou seja, será possível permitir que o carro se dirija completamente sozinho.

Até 2030, 40 milhões de veículos da Volks estarão operando com algum dos softwares desenvolvidos, o que representa cerca de 60% das vendas. Porém, já em 2025 eles deverão representar uma fatia importante dos lucros da companhia, segundo a projeção.

Outro assunto abordado na apresentação foram os carros elétricos. A Volks afirmou que pretende ser líder do segmento até 2025, com a linha de Audi elétricos já bem encaminhada e a próxima aposta, o I.D Buzz, uma Kombi com a tecnologia, chegando ao mercado em 2022. Além disso, o misterioso sedã elétrico VW Trinity, que deve começar a ser produzido em 2026 e irá liderar a Volks rumo à direção autônoma, também foi citado.

O CAMINHO PARA ACELERAR AS VENDAS DE ELÉTRICOS

Em 2030, a companhia espera que 50% das vendas sejam de elétricos. Nesse sentido, uma estratégia importante que já havia sido anunciada alguns meses atrás foi reforçada: a padronização do hardware de seus carros por meio da nova arquitetura elétrica SSP (Scalable Systems Platform). A ideia é que ela substitua todas as outras plataformas utilizadas atualmente pela empresa e que, a partir de 2026, todos os modelos elétricos sejam construídos com ela. Total de € 800 milhões estão sendo investidos em uma nova área de pesquisa na fábrica de Wolfsburg, onde a SSP está sendo desenvolvida.

Ainda no assunto de elétricos, a Volks anunciou que, até 2030, 80% das baterias usadas por ela serão de tecnologia própria. Esse modelo, que deverá ter custo de fabricação 50% menor, será produzido em seis fábricas na Europa que irão ter capacidade de 240 GWh por ano até 2030, assegurando a demanda de produção.

Isso será acompanhado por investimentos e parcerias para ampliar as redes de carregamento rápido nos países em que a empresa opera. A Volks deseja instalar 18 mil pontos de carregamento na Europa, 17 mil na China e 10 mil nos EUA e Canadá.

“Uma cadeia de baterias controlada pela Volkswagen irá nos permitir ter autoridade sobre o maior obstáculo de custo, oferecer as melhores baterias e assegurar o sucesso dos elétricos”, disse Thomas Schmall, CEO da divisão de componentes, em comunicado à imprensa.

Por fim, a Volkswagen falou de seus planos para robotáxis. A empresa atualmente opera em Munique testes com um software de direção autônoma para poder futuramente oferecer esse serviço. A ideia é que a operação comercial comece na Europa em 2025. No longo prazo, a Volks quer unificar todos seus serviços de mobilidade (ride-hailing, aluguel de veículos, gerenciamento de frotas, etc.) em uma única plataforma. Somando isso à sua tecnologia de direção autônoma e à SSP, a empresa quer ser líder absoluta do segmento, cobrindo o negócio em todos os aspectos: o carro, a tecnologia e o serviço.