Empresas iniciam ampliação do campo de provas de Iracemápolis (SP), que poderá ser utilizado por outras montadoras e sistemistas
Depois de inaugurar em 2018 o primeiro campo de provas para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz no Brasil e no Hemisfério Sul, a montadora em parceria com a Bosch está dando início agora à segunda fase do projeto em Iracemápolis (SP), que prevê uma ampliação que vai mais do que dobrar a oferta de testes veiculares no local.
No terreno de 1,3 milhão de metros quadrados, existem atualmente 17 pistas, numa extensão total de 12 km, que são utilizadas para quatro tipos de teste em caminhões e ônibus: 14 pistas servem para a avaliação da durabilidade estrutural, uma pista para medições acústicas, um circuito em asfalto para análise de conforto térmico e uma pista de terra para avaliar os efeitos de poeira e lama em aspectos como peso extra e penetração de impurezas, além de teste de filtro de ar, estanqueidade e vedações em geral.
Com a ampliação, cujas obras iniciaram em agosto, o Centro de Testes Veiculares de Iracemápolis (CTVI) vai oferecer mais cinco tipos de teste. O recurso mais impressionante será um circuito oval com aproximadamente 2,6 km, três faixas de rolagem, uma faixa de acostamento e curvas compensadas, tudo isso para permitir medições em altas velocidades.
Haverá também um espaço chamado VDA (Vehicle Dynamic Area) com diâmetro de 220 metros para avaliação dinâmica, que estará próximo do local destinado a testes de frenagem, que reúne pistas com piso de baixo e médio atrito.
Para analisar a dirigibilidade dos veículos, será construído um circuito de handling com 1,6 km de extensão com diferentes níveis de elevação. Por fim, está previsto um complexo formado por sete pistas destinadas à avaliação do conforto com diferentes perfis de eventos.
Para dar suporte a toda essa estrutura, haverá uma área com boxes de oficina e escritórios individualizados, além de estacionamento para protótipos confidenciais de veículos em desenvolvimento, que também estará à disposição a empresas do mercado para locação.
Afinal, uma das finalidades do CTVI será atender outras montadoras, sistemistas e fabricantes de autopeças, que poderão alugar apenas as áreas de teste de que necessitam. Com a ampliação, passarão a ser atendidos projetos de desenvolvimento de automóveis, comerciais leves e máquinas agrícolas, além da oferta já existente para ônibus e caminhões.
“Ao disponibilizar essa nova estrutura para outras empresas do setor automotivo, contribuímos para o desenvolvimento da indústria automotiva brasileira. Com o importante diferencial de que toda a estrutura estará concentrada em um único local, otimizando processos e assegurando ganhos de eficiência, agilidade e produtividade, com segurança e confiabilidade”, explica Karl Deppen, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para a América Latina.
Com estrutura similar às existentes em países como Alemanha, EUA, China e Japão, o CTVI também vai permitir fazer ensaios para auxiliar o desenvolvimento de sistemas de controle de chassi e segurança veicular, como controle de estabilidade, frenagem automática de emergência ou proteção de pedestres e ciclistas, além de condução autônoma e semiautônoma.
“Há muito tempo, a Bosch vem sentindo a necessidade de investir em uma área onde fosse possível testar e validar sistemas de segurança, assistência ao condutor e eficiência energética que já estão disponíveis no mercado nacional, bem como aqueles que virão por conta do Rota 2030 ou que serão demandados pelas legislações futuras. Depois de estudar diferentes possibilidades, encontramos na Mercedes-Benz a parceira ideal para esse projeto”, diz Besaliel Botelho, presidente da Bosch América Latina.
A estimativa é de que a segunda fase do CTVI possa dar início às suas atividades no primeiro semestre do ano que vem, depois de um investimento total de R$ 94 milhões.