Mas vendas acumuladas já cresceram quase 30%, com 938,5 mil unidades emplacadas em todo o País
Outubro teve 97 mil motos emplacadas, anotando queda de 10,9% na comparação com o mês anterior. A retração mensal foi a maior entre os veículos e ocorreu pelo menor número de dias úteis (20, ante 21 em setembro) e também por causa da paralisação da fábrica da Yamaha durante boa parte de setembro, impactando o repasse às concessionárias no mês seguinte.
A parada da montadora fez sua participação nas vendas encolher de 18,3% para 12,4% entre setembro e outubro. Os números foram divulgados na quinta-feira, 4, pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários.
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A média diária de vendas (na soma de todas as marcas) ficou abaixo de 4,9 mil unidades pelo cálculo de 20 dias úteis, mas é preciso considerar que a emenda do feriado de Nossa Senhora da Aparecida (dia 12, uma terça-feira) resultou na prática em 19 dias, o que elevaria a média para 5,1 mil motos/dia, número próximo ao de meses recentes.
O acumulado do ano teve 938,5 mil motocicletas, superando o mesmo período do ano passado em 29%. A Fenabrave informa que o crescimento do setor de duas rodas se deve aos serviços de entrega e também àqueles que procuram uma alternativa ao carro para driblar a alta nos preços dos combustíveis. A taxa de aprovação das propostas de financiamento (próxima a 50%) também favorece o mercado de motos.
No entanto, a Fenabrave já admite a possibilidade de piora nas vendas como reflexo do cenário econômico: “A partir de agora também temos de ficar atentos à alta nas taxas de juros e à maior seletividade do crédito, que podem impactar negativamente a demanda”, afirma o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
Desempenho por marca
Apesar da queda mensal de participação nas vendas, a Yamaha ainda detém 17,6% do mercado nacional no acumulado do ano. São dois pontos porcentuais a mais pela comparação com o mesmo período de 2020. Já a fatia da Honda baixou de 77,3% para 76% no mesmo intervalo de tempo. Ainda assim ela mantém com folga a liderança e emplacou sozinha 713,2 mil motos de janeiro a outubro, anotando alta de 26,9% sobre o mesmo período de 2020.
A fabricante Shineray se consolida como terceira colocada e teve 11 mil motos licenciadas nestes dez meses. O número real de vendas é mais alto, mas não aparece nas estatísticas porque os modelos mais procurados da marca são ciclomotores (com cilindrada até 50 cc), que muitas vezes são vistos circulando sem placa, contrariando a legislação.