Recursos integram pacote de longo prazo que envolve mais de R$ 10 bilhões
A Great Wall apresentou na quinta-feira, 27, seu planejamento para a operação brasileira em Iracemápolis (SP), a maior base de produção da companhia fora da China. A empresa irá investir na unidade R$ 10 bilhões por período indeterminado, sendo que R$ 4 bilhões do total serão aplicados no triênio que vai de 2023 a 2025 em melhorias na fábrica e nacionalização de veículos.
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De acordo com Pedro Bentancourt, diretor de relações governamentais, a meta na região é de obter um faturamento de R$ 30 bilhões até 2025, juntamente com um índice de 60% de nacionalização dos veículos produzidos aqui.
“No caminho haverá a costura de parcerias e desenvolvimento de fornecedores para chegar a este porcentual de peças nacionais em nossos veículos. Também faremos investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, disse o executivo.
A Great Wall pretende, ainda, chegar a uma capacidade de 100 mil veículos/ano também em 2025, com um quadro formado por 2 mil trabalhadores. A produção, inclusive, será também destinada às exportações para os demais países da América Latina. “Produziremos aqui também modelos híbridos e elétricos”, contou Bentancourt.
Tecnologias 4.0 para fabricar picape e SUV
Segundo as estimativas da montadora, a fábrica começará a produzir veículos no segundo semestre de 2023, no caso, um modelo SUV e um de picape. “Sabemos que as picapes demoram mais tempo para serem desenvolvidas, então as chances são grandes de que o primeiro modelo Great Wall produzido no país seja o de um SUV”, disse Oswaldo Ramos, diretor comercial da montadora.
O executivo informou também que a capacidade produtiva estipulada para a fábrica, de 100 mil unidades por ano, é o cenário mais positivo, o que nos leva a crer que ele poderá ser mais modesto nos primeiros anos de produção da empresa no país. “Ainda que não vamos produzir aqui modelos de entrada, de volume, é bom lembrar que o Brasil é o quarto maior mercado do mundo de picapes médias, e esta demanda é importante para dar volume para a nossa fábrica”.
Até o segundo semestre de 2023 a empresa implantará na fábrica uma linha de produção que já está desenhada, informou Ramos. O que se sabe, por ora, é que ela seguirá os conceitos da Indústria 4.0 por meio de sistemas desenvolvidos pela própria Great Wall. “A companhia é sobretudo uma empresa de software, e vamos usar esta capacidade para construir esta fábrica em Iracemápolis”, afirmou Ramos.
A Great Wall mantém 19 fábricas no mundo, sendo cinco delas em operação CKD, ou de montagem de kits importados.
* texto atualizado às 14:55.